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70% dos empresários admitem que sucesso depende das ligações políticas

A nível europeu, só na Roménia há tantos inquiridos a fazer depender os negócios dos conhecimentos a nível político. O favorecimento de amigos ou familiares em instituições públicas é a prática de corrupção mais comum.

Carlos Barria /Reuters
26 de Fevereiro de 2018 às 09:56
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Nem as leis laborais, nem o acesso a financiamento bancário, nem os problemas de infra-estruturas nem a burocracia. Para os gestores portugueses não há maior travão à economia e às empresas do que a corrupção, indicam os dados do Eurobarómetro com base em inquéritos realizados no final de 2017.

 

Citado pela TSF, o relatório sobre "as atitudes das empresas perante a corrupção" mostra uma subida de quatro pontos, face ao estudo divulgado há dois anos, na percentagem de executivos portugueses (70%) que acham que a única maneira de ter sucesso nos negócios é ter ligações políticas. É o retrato mais sombrio no conjunto dos 28 Estados-membros, só igualado pela Roménia.

 

O favorecimento de amigos ou familiares em instituições públicas é a prática de corrupção mais habitual (59%), sendo que sete em cada dez empresários nacionais identificam "pelo menos" três formatos deste género generalizados no país. E 58% concluem que a corrupção é um problema nos negócios que fazem, o que vale uma subida de nove pontos em relação ao anterior inquérito.

 

Estes dados do inquérito europeu, que evidenciam que 86% acha que a corrupção está generalizada no país, são consistentes com o Índice de Percepção de Corrupção, divulgado na semana passada pela Transparência Internacional, que coloca Portugal abaixo da média da UE e o Estado português com fama de ser tão corrupto como o do Qatar.

 

E num país em que um quinto das empresas assume que perdeu um concurso público corrompido nos últimos três anos, a impunidade parece ser outra dimensão com significado – e também penalizada em relação à média comunitária. É que só 35% dos empresários portugueses inquiridos crê que estas práticas corruptas são efectivamente identificadas e condenadas pelas autoridades judiciais.

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