Notícia
Participantes de Davos: entre as acusações e a negação da culpa
"Nenhum banqueiro ou empresário quer assumir responsabilidades. Cada um pensa que foram outros que fizeram algo errado", considera Robert Dilenschneider, CEO do Dilenschneider Group, uma empresa norte-americana de relações públicas.
31 de Janeiro de 2009 às 17:37
"Nenhum banqueiro ou empresário quer assumir responsabilidades. Cada um pensa que foram outros que fizeram algo errado", considera Robert Dilenschneider, CEO do Dilenschneider Group, uma empresa norte-americana de relações públicas.
Mas a verdade é que todos os que estão em Davos são parte do problema, comentou à Bloomberg aquele responsável, que tem 40 clientes presentes no Fórum Económico Mundial.
As questões acerca da responsabilidade, culpa e actos de contrição têm pairado constantemente em Davos esta semana. Com um bilião de dólares de perdas na banca e 25 biliões de valor de mercado eclipsado desde o início da crise financeira, há muitas contas a serem prestadas.
"Quando as pessoas olharem para trás, para esta época, estou certo que lhes chamará a atenção as festas dos bancos de investimento em Davos, tal como quando se olhava para a rebeldia dos anos 20. As pessoas é que ainda estão em fase de negação", referiu à Bloomberg um professor de História da Universidade de Harvard, Niall Ferguson. "Existe o sentimento de 'façamos festas, independentemente de tudo' e 'falemos acerca do mundo da pós-crise', porque o final da crise está para breve", acrescentou.
Num painel sobre liderança que decorreu na quinta-feira de manhã, antes de acolher um "coktail" com champanhe e canapés no Hotel Europe Piano, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, manifestou a sua frustação perante todos aqueles que atiram toda a culpa da crise para cima dos baqueiros . "Deus sabe que foram feitas algumas coisas muito estúpidas pela banca americana”, afirmou Dimon, citado pela Bloomberg. Mas aos órgãos de regulação deixou uma pergunta: "Onde estavam eles? Eles aprovaram todos estes bancos".
O JPMorgan tem tido um desempenho melhor do que a maioria dos seus pares nesta crise, tenho apresentado um lucro de 702 milhões de dólares no quarto trimestre, ao passo que o Citigroup, por exemplo, registou as suas quintas perdas consecutivas.
Stephen Green, "chairman" do HSBC Holdings, também criticou os reguladores num painel sobre capitalismo, na quarta-feira, apelando a uma reforma do ambiente regulatório. David Rubenstein, administrador executivo do Grupo Carlyle e um "habitué" das reuniões anuais de Davos, considera que um tema-chave da reunião deste ano tem a ver com "quem tem a culpa".
Rubenstein, que há dois anos disse em Davos que o panorama para os "leverage buyouts" era "bastante robusto", afirmou agora que a responsabilidade não deve ser vista como pertencendo unicamente ao sector que ele representa. "Existem seis mil milhões de pessoas na Terra e provavelmente cerca de cinco mil milhões têm a sua quota de responsabilidade", acrescentou.
Por seu lado, o CEO do banco de investimento russo Troika Dialog Group, Ruben Vardarian, considera que não basta pedir desculpa. "Os nossos valores tornaram-se desprezíveis. Somos todos culpados", declarou, citado pela Bloomberg.
Mas a verdade é que todos os que estão em Davos são parte do problema, comentou à Bloomberg aquele responsável, que tem 40 clientes presentes no Fórum Económico Mundial.
"Quando as pessoas olharem para trás, para esta época, estou certo que lhes chamará a atenção as festas dos bancos de investimento em Davos, tal como quando se olhava para a rebeldia dos anos 20. As pessoas é que ainda estão em fase de negação", referiu à Bloomberg um professor de História da Universidade de Harvard, Niall Ferguson. "Existe o sentimento de 'façamos festas, independentemente de tudo' e 'falemos acerca do mundo da pós-crise', porque o final da crise está para breve", acrescentou.
Num painel sobre liderança que decorreu na quinta-feira de manhã, antes de acolher um "coktail" com champanhe e canapés no Hotel Europe Piano, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, manifestou a sua frustação perante todos aqueles que atiram toda a culpa da crise para cima dos baqueiros . "Deus sabe que foram feitas algumas coisas muito estúpidas pela banca americana”, afirmou Dimon, citado pela Bloomberg. Mas aos órgãos de regulação deixou uma pergunta: "Onde estavam eles? Eles aprovaram todos estes bancos".
O JPMorgan tem tido um desempenho melhor do que a maioria dos seus pares nesta crise, tenho apresentado um lucro de 702 milhões de dólares no quarto trimestre, ao passo que o Citigroup, por exemplo, registou as suas quintas perdas consecutivas.
Stephen Green, "chairman" do HSBC Holdings, também criticou os reguladores num painel sobre capitalismo, na quarta-feira, apelando a uma reforma do ambiente regulatório. David Rubenstein, administrador executivo do Grupo Carlyle e um "habitué" das reuniões anuais de Davos, considera que um tema-chave da reunião deste ano tem a ver com "quem tem a culpa".
Rubenstein, que há dois anos disse em Davos que o panorama para os "leverage buyouts" era "bastante robusto", afirmou agora que a responsabilidade não deve ser vista como pertencendo unicamente ao sector que ele representa. "Existem seis mil milhões de pessoas na Terra e provavelmente cerca de cinco mil milhões têm a sua quota de responsabilidade", acrescentou.
Por seu lado, o CEO do banco de investimento russo Troika Dialog Group, Ruben Vardarian, considera que não basta pedir desculpa. "Os nossos valores tornaram-se desprezíveis. Somos todos culpados", declarou, citado pela Bloomberg.