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Ordem dos Médicos admite situações complicadas e graves na urgência de alguns hospitais

A Ordem dos Médicos assume que há situações anómalas e graves nas urgências de alguns hospitais nos últimos dias, embora não generalize o panorama a todas as unidades do país.

Ricardo Castelo/Negócios
31 de Dezembro de 2017 às 12:16
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"Na última semana houve algumas situações complicadas", afirmou este domingo, 31 de Dezembro, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, em declarações à agência Lusa.

 

Um dos casos é o do hospital de Vila Nova de Gaia, que teve nos últimos dias "uma afluência muito elevada" de utentes à urgência e que tem 24 pessoas internadas no serviço de urgência.

 

"Isto, por exemplo, é caótico, de facto", comentou Miguel Guimarães.

 

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, denunciou no sábado "o caos instalado na maior parte das urgências do país" e apelou ao Ministério da Saúde para que "tome uma atitude".

 

Ainda quanto ao hospital de Gaia, o bastonário dos Médicos diz que a administração da unidade de saúde pediu junto do Ministério para activar o plano de contingência que permitiria usar 20 camas extra, mas o pedido ainda não foi autorizado.

 

Miguel Guimarães deu ainda o exemplo do Hospital de Faro, onde refere que nos últimos dias se chegaram a registar esperas de 20 horas nas urgências.

 

"Faro tem problemas gravíssimos, há muito. Inclusive tem escalas de médicos incompletas e muitas vezes só asseguradas por internos", afirmou.

 

A Ordem dos Médicos tem também registo de problemas no hospital de Vila Nova de Foz Côa, referindo que a urgência básica esteve fechada durante o Natal por falta de médico.

 

No hospital Padre Américo (Vale do Sousa), o bastonário diz que no sábado o tempo de espera para doentes com pulseira laranja chegou a estar "cinco, seis ou sete vezes acima" dos 10 minutos definidos para estes doentes considerados urgentes.

 

Há ainda nota de "excesso de doentes" no hospital de São João, com "os tempos de espera a aumentar", chegando a ultrapassar as duas horas para as pulseiras amarelas, definidas com uma espera até uma hora.

 

Para Miguel Guimarães, "o ministro da Saúde não preparou os serviços atempadamente" para este período de inverno e de aproximação da gripe.

 

"Está a acontecer mais uma vez o que já aconteceu em anos anteriores", disse o bastonário, considerando que "falhou o plano de contingência definido pela Direcção-geral da Saúde".

Bastonário dos Médicos defende centros de saúde abertos até à meia-noite

 

O bastonário da Ordem dos Médicos defende que todos os agrupamentos de centros de saúde deviam ter uma ou duas unidades sempre abertas até à meia-noite, uma forma de dar resposta a doentes agudos e aliviar urgências hospitalares.

 

"Os centros de saúde deviam estar abertos até mais tarde, até à meia noite deviam estar abertas pelo menos uma ou duas unidades por agrupamento de centros de saúde (ACES)", sugere Miguel Guimarães.

 

O representante dos médicos defende ainda que os centros de saúde com horário alargado devem ter disponíveis alguns meios auxiliares de diagnóstico.

 

Estas sugestões surgem numa altura em que as associações profissionais dos enfermeiros e dos médicos têm alertado para uma elevada procura nos serviços de urgência dos hospitais, descrevendo as situações como complexas ou mesmo caóticas.

 

Na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, pelo menos, alguns centros de saúde vão estar abertos até às 22 horas, nomeadamente durante esta época do fim de ano.

 

O bastonário dos Médicos considera insuficiente e diz que todos os agrupamentos dos centros de saúde deviam ter sempre pelo menos uma unidade aberta até à meia-noite.

 

Miguel Guimarães reconhece que há muitas pessoas que se descolam às urgências hospitalares e que não terão necessidade, mas lembra que os utentes só o fazem "porque sentem que não têm outra alternativa".

 

"Passámos anos a dizer às pessoas para irem às urgências. Agora temos de fazer um trabalho de educação para a saúde, explicando que há situações agudas que não necessitam de uma ida à urgência hospitalar. Mas para isso temos de ter os cuidados primários preparados para receber as pessoas. O Ministério da Saúde ainda não criou essas condições", afirmou o bastonário.

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