Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

OCDE: Portugal registou das maiores quebras na ajuda ao desenvolvimento em 2015

Portugal e a Austrália foram os países da OCDE que em 2015 mais diminuíram as contribuições relativas à ajuda ao desenvolvimento. Ainda assim, na OCDE como um todo o apoio ao desenvolvimento voltou a crescer em 2015 e a despesa com refugiados duplicou.

Reuters
13 de Abril de 2016 às 12:56
  • ...

Os dados divulgados esta quarta-feira, 13 de Abril, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mostram que em 2015 a ajuda pública ao desenvolvimento aumentou 6,9% face a 2014 para um total de 131,6 mil milhões de dólares. Já os gastos relacionados com a gestão e acolhimento de refugiados mais do que duplicou para um total de 12 mil milhões de dólares.

 

A OCDE nota ainda que mesmo retirando os fundos alocados ao apoio aos refugiados a ajuda ao desenvolvimento aumentou 1,7% em termos reais. No entanto, houve países em que os fundos despendidos no apoio ao desenvolvimento recuaram em 2015, sendo Portugal o país onde essa redução foi mais pronunciado, seguido pela Austrália e pelos Estados Unidos.

 

No ano passado, Portugal canalizou 306 milhões de dólares para ajuda pública ao desenvolvimento, o que representa uma diminuição de 16,1% (a preços correntes e taxas de câmbio de 2014) face aos 430 milhões de dólares gastos um ano antes.

 

Também a Austrália (-11,1%) e os Estados Unidos (-7,0%) registaram importantes diminuições na ajuda pública dada ao desenvolvimento, embora continuem a ser dos países com maiores fundos canalizados para este tipo de apoio, com 3.222 milhões de dólares e 31.076 milhões de dólares, respectivamente.

 

Apoio a refugiados mais do que duplicou

 

Os meios financeiros disponibilizados para o processamento de dados e acolhimento de refugiados representaram 9,1% do total de ajuda pública ao desenvolvimento verificada em 2015, um aumento de 4,8% face a 2014. Para países como a Áustria, Grécia, Itália, Holanda e Suécia, os custos relacionados com refugiados representaram mais de 20% dos seus programas de ajuda ao desenvolvimento.

 

O secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, refere que "os países tiveram de encontrar importantes somas [de dinheiro] para cobrir os custos relacionados com uma histórica crise de refugiados na Europa e muitos evitaram até agora desviar dinheiro dos seus programas de [apoio ao] desenvolvimento. Estes esforços têm de continuar. Também estamos satisfeitos que haja mais ajuda para os países mais pobres".

 

No ano passado houve 1,5 milhões de refugiados a requerer asilo em países da OCDE, sendo este um número sem precedentes.

 

Os dados da OCDE mostram ainda que os programas de ajuda pública ao desenvolvimento tiveram os maiores aumentos na Grécia, Suécia e Alemanha. Se a Grécia é o país mais afectado, devido à sua posição geográfica e às fronteiras porosas, pelas crises migratória e dos refugiados, Alemanha e Suécia são os países mais vezes escolhidos pelos migrantes para requerer asilo.

 

A Grécia (+38,7%) e a Suécia (36,8%) foram os países onde, em 2015, a ajuda pública ao desenvolvimento mais cresceu em termos percentuais. A Grécia figura também entre os países que em 2015 mais viram aumentar a despesa relacionada com refugiados, com um aumento de 20,5% relativamente a 2014. A Eslováquia com um aumento de 22,3% foi o país que maior aumento de despesa com refugiados registou em termos percentuais.

 

No entanto, foi a Alemanha com 2.993 milhões de dólares, o Reino Unido com 2.397 milhões de dólares e a Holanda com 1.326 milhões de dólares que mais dinheiro gastaram em 2015 com custos relacionados com refugiados. 

Ver comentários
Saber mais OCDE Ajuda Pública ao Desenvolvimento Refugiados Portugal Austrália Estados Unidos Áustria Grécia Itália Holanda Suécia Alemanha
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio