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Obama perde maioria no Congresso para os republicanos

O mapa eleitoral norte-americano tingiu-se de "vermelho-republicano" com conquistas amplas nas intercalares de terça-feira, suficientes para acabar com a maioria democrata na Câmara dos Representantes, mas não no Senado, nem para destronar o líder democrata Harry Reid.

03 de Novembro de 2010 às 08:37
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Com uma Câmara dos Representantes novamente republicana, um Senado dividido de maioria democrata, e um presidente com poder de veto, os próximos dois anos de mandato de Barack Obama advinham-se de negociação difícil entre os dois partidos.

Com o presidente a marcar declarações apenas para quarta feira, os holofotes mediáticos incidiram esta noite sobre John Boehner, o provável próximo líder da maioria republicana na próxima legislatura, a partir de Janeiro.

"Os americanos mandaram um mensagem clara [a Obama] que é 'mude de rumo'", proclamou Boehner, prometendo a fidelidade do seu partido aos princípios de limite do governo, rigor orçamental e respeito estrito pela Constituição.

Na medida em que Obama "respeitar a vontade do povo", o partido republicano estará "disposto a trabalhar" com ele, disse.

Na noite republicana, Obama ligou a Boehner para afirmar a sua disponibilidade para "trabalhar para encontrar pontos em comum", segundo o porta-voz do líder republicano.

Perto das 02:00 de Nova Iorque (06:00 de Lisboa), os republicanos tinham assegurados 51 lugares no Senado, face a 46 republicanos.

Em duas das corridas -- Colorado e Washington -- os media não arriscavam ainda previsões, numa altura em que começavam a chegar resultados do Alasca.

Se a vitória no Nevada foi simbólica por o histórico líder democrata Harry Reid ter conseguido manter o seu lugar no Senado face a uma dura campanha de Sharron Angle, oriunda do Tea Party, foi depois da reeleição de Barbara Boxer na Califórnia e de Ron Wyden no Oregon que os democratas puderam realmente respirar de alívio.

Numa das corridas mais disputadas, Mark Kirk acabou por trazer para o partido republicano o lugar de senador no Illinois que pertenceu a Barack Obama, que se envolveu directamente na campanha apoiando Alexi Giannoulias.

O Tea Party viu as suas candidatas derrotadas no Nevada e Delaware, mas pode celebrar a eleição de Jim DeMint (Carolina do Sul), Marco Rubio (Florida) e Rand Paul (Kentucky). Nas suas declarações de vitória, Paul e Rubio afirmaram que os resultados exigem uma "correcção de rumo" pela atual administração democrata.

"Tenho uma mensagem, uma mensagem do povo do Kentucky, uma mensagem a alto e bom som e sem meias palavras: viemos para tomar o governo de volta", proclamou, triunfalmente, o conservador Rand Paul.

Em entrevista à CNN mais tarde, o novo senador do Kentucky mostrou-se favorável à organização de um "caucus" (facção) do Tea Party no Congresso.

Se os democratas conseguiram manter o Senado, já na Câmara dos Representantes caíram cedo, com as projecções ao longo da noite a irem ao encontro das sondagens.

Às 02:00 de Nova Iorque, os republicanos tinham 233 lugares assegurados, mais 15 do que precisavam para formar maioria, e mais 60 do que os democratas.

Notória foi a derrota do congressista Tom Perriello na Virginia, fortemente apoiado por Barack Obama, que teve nestas eleições um referendo à sua administração.

Quanto a eleições para governos estaduais, os democratas conseguiram manter Nova Iorque, Arkansas, New Hampshire e Massachussetts. Mas com oito corridas por apurar, apenas oito dos 37 lugares de governador não eram republicanos.

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