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O próximo Governo vai herdar uma situação económica sem paralelo

O professor universitário Abel Mateus, antigo presidente da Autoridade de Concorrência, afirma que o próximo Governo enfrenta uma "situação bastante séria, sem paralelo na economia portuguesa". E avisa que há o risco de Portugal ficar como a Islândia.

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O professor universitário Abel Mateus, antigo presidente da Autoridade de Concorrência, afirma que o próximo Governo enfrenta uma "situação bastante séria, sem paralelo na economia portuguesa". E avisa que há o risco de Portugal ficar como a Islândia.

"O próximo Governo vai enfrentar uma situação muito séria: PIB a cair 3,5% a 4%, taxa de desemprego próxima dos 10%, endividamento externo equivalente a 110% do PIB, défice externo de 8% a 9% e um défice estrutural do sector público da ordem dos 5%, de acordo com os cálculos da Comissão Europeia. É uma situação bastante séria. Não há paralelo na economia portuguesa”, afirmou Abel Mateus em entrevista concedida ao Negócios.

O professor universitário defende que é prioritário "olhar com cuidado para as restrições financeiras e restabelecer as condições de crescimento para a economia portuguesa. É necessário novamente uma combinação de políticas de ajustamento conjuntural, mas sobretudo estrutural. É nos períodos de crise que se devem criar as condições para uma recuperação mais acentuada”.

Abel Mateus refere, ainda, que não encontra "nenhuma folga para grandes investimentos, nem hoje nem nos próximos dez anos". "Fiz uma pequena estimativa do que isso implicaria, somando a dinâmica externa que existe actualmente com os grandes projectos de investimento: isso resultaria num endividamento externo de 240% do PIB em 2020", acrescenta.

Abel Mateus acredita que há o risco de Portugal ficar sem dinheiro, tal como aconteceu com a Islândia. "Há, sim, com níveis de endividamento externo de 200% do PIB, com certeza haverá muitos problemas. Pode ser o "default" do Estado ou pode ser uma grave crise financeira do sistema bancário. Mesmo que o Estado não gaste o dinheiro mas crie uma empresa que depois vai buscar o dinheiro ao banco, também está a utilizar recursos do País. Não se reflecte nas contas do Estado, reflecte-se nas contas do banco", explica.



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