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Nuclear: Exigências de Washington e Moscovo ameaçam atrasar acordo com Irão
"Não há uma justificação racional para algumas das novas exigências feitas pelos Estados Unidos", destacou esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian.
11 de Março de 2022 às 00:37
O Irão acusou os Estados Unidos de fazerem "novas exigências" para restaurar o acordo nuclear de 2015, dias depois de a Rússia ter pedido garantias adicionais que podem atrasar as negociações.
"Não há uma justificação racional para algumas das novas exigências feitas pelos Estados Unidos", destacou esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian.
Para o governante, estas exigências contradizem o desejo, declarado por Washington, para uma "rápida conclusão do acordo".
As autoridades iranianas estão envolvidas há vários meses em conversações com as principais potências mundiais em Viena, com o objetivo de restaurar o Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA, como é conhecido o acordo nuclear de 2015). Os Estados Unidos participam nas negociações de forma indireta.
Este pacto, realizado entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China), mais a Alemanha, permitia o levantamento de sanções internacionais contra Teerão em troca de rigorosos limites ao seu programa nuclear, com vista a impedir o país de se dotar da bomba atómica.
Os Estados Unidos abandonaram unilateralmente o acordo durante a administração de Donald Trump, em 2018. Um ano depois da decisão de Washington, Teerão começou a desrespeitar os limites impostos ao seu programa nuclear e tem enriquecido urânio a níveis cada vez mais próximos do necessário para criar uma arma nuclear.
Hossein Amir-Abdollahian não especificou quais são os requisitos dos Estados Unidos, que foram transmitidos através do chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell.
O diplomata iraniano defendeu ainda que os Estados Unidos, que participam indiretamente nas negociações de Viena, não pode "enviar uma mensagem nova e diferente todos os dias" através da UE.
Por seu lado, Josep Borrell, pediu aos norte-americanos e iranianos para que "mostrem mais flexibilidade na troca de mensagens e façam esforços" para chegar a um acordo rapidamente, acrescentou um comunicado de imprensa de Teerão.
Também esta quinta-feira, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão, Ali Shamkhani, alertou, através da rede social Twitter, que "as negociações de Viena estão a ficar cada vez mais complicadas, sem uma decisão política dos Estados Unidos".
Dias antes, Moscovo tinha referido que antes de apoiar um novo acordo, a Rússia pretendia obter garantias por escrito de Washington de que as sanções impostas agora devido ao conflito na Ucrânia não afetariam a sua cooperação económica e militar com Teerão.
Após as críticas dos europeus e norte-americanos para os atrasos esperados, o negociador-chefe russo, Mikhail Ulyanov, frisou que as negociações de Viena não estavam perto do fim antes de Moscovo fazer as suas exigências. "Estão a tentar culpar-nos pela extensão das negociações. Mas estas não estavam nem perto da fase final", salientou na quarta-feira.
"Como qualquer outro participante, temos o direito a pedir algo (...) Temos o direito de proteger os nossos interesses no domínio nuclear e num contexto mais amplo", acrescentou, defendendo uma proteção das atuais e futuras sanções dos ocidentais a todas as relações económicas e comerciais entre Teerão e Moscovo.
Já o líder do Irão, aiatola Ali Khamenei, que tem a última palavra em questões sensíveis como o nuclear, garantiu hoje que o seu país não abre mão dos elementos que acredita fazerem a força do Irão, como o programa nuclear.
"Os avanços científicos em questões nucleares são necessários para atender às necessidades do país num futuro próximo, e se desistirmos deles, a quem e para onde devemos nos voltar nos próximos anos", questionou através do seu 'site' oficial. Reduzir as capacidades defensivas do Irão como "o inimigo" deseja seria "amadorismo", atirou.
"Não há uma justificação racional para algumas das novas exigências feitas pelos Estados Unidos", destacou esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian.
As autoridades iranianas estão envolvidas há vários meses em conversações com as principais potências mundiais em Viena, com o objetivo de restaurar o Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA, como é conhecido o acordo nuclear de 2015). Os Estados Unidos participam nas negociações de forma indireta.
Este pacto, realizado entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China), mais a Alemanha, permitia o levantamento de sanções internacionais contra Teerão em troca de rigorosos limites ao seu programa nuclear, com vista a impedir o país de se dotar da bomba atómica.
Os Estados Unidos abandonaram unilateralmente o acordo durante a administração de Donald Trump, em 2018. Um ano depois da decisão de Washington, Teerão começou a desrespeitar os limites impostos ao seu programa nuclear e tem enriquecido urânio a níveis cada vez mais próximos do necessário para criar uma arma nuclear.
Hossein Amir-Abdollahian não especificou quais são os requisitos dos Estados Unidos, que foram transmitidos através do chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell.
O diplomata iraniano defendeu ainda que os Estados Unidos, que participam indiretamente nas negociações de Viena, não pode "enviar uma mensagem nova e diferente todos os dias" através da UE.
Por seu lado, Josep Borrell, pediu aos norte-americanos e iranianos para que "mostrem mais flexibilidade na troca de mensagens e façam esforços" para chegar a um acordo rapidamente, acrescentou um comunicado de imprensa de Teerão.
Também esta quinta-feira, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão, Ali Shamkhani, alertou, através da rede social Twitter, que "as negociações de Viena estão a ficar cada vez mais complicadas, sem uma decisão política dos Estados Unidos".
Dias antes, Moscovo tinha referido que antes de apoiar um novo acordo, a Rússia pretendia obter garantias por escrito de Washington de que as sanções impostas agora devido ao conflito na Ucrânia não afetariam a sua cooperação económica e militar com Teerão.
Após as críticas dos europeus e norte-americanos para os atrasos esperados, o negociador-chefe russo, Mikhail Ulyanov, frisou que as negociações de Viena não estavam perto do fim antes de Moscovo fazer as suas exigências. "Estão a tentar culpar-nos pela extensão das negociações. Mas estas não estavam nem perto da fase final", salientou na quarta-feira.
"Como qualquer outro participante, temos o direito a pedir algo (...) Temos o direito de proteger os nossos interesses no domínio nuclear e num contexto mais amplo", acrescentou, defendendo uma proteção das atuais e futuras sanções dos ocidentais a todas as relações económicas e comerciais entre Teerão e Moscovo.
Já o líder do Irão, aiatola Ali Khamenei, que tem a última palavra em questões sensíveis como o nuclear, garantiu hoje que o seu país não abre mão dos elementos que acredita fazerem a força do Irão, como o programa nuclear.
"Os avanços científicos em questões nucleares são necessários para atender às necessidades do país num futuro próximo, e se desistirmos deles, a quem e para onde devemos nos voltar nos próximos anos", questionou através do seu 'site' oficial. Reduzir as capacidades defensivas do Irão como "o inimigo" deseja seria "amadorismo", atirou.