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Novo Governo espanhol é favorável a fusões entre eléctricas

O Executivo espanhol vai promover a fusão entre empresas do sector eléctrico, revelou hoje Miguel Sebastián, director do serviço de estudos do BBVA e provável Ministro da Economia do novo Governo liderado por José Luís Zapatero.

16 de Março de 2004 às 12:56
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O Executivo espanhol vai promover a fusão entre empresas do sector eléctrico, revelou hoje Miguel Sebastián, director do serviço de estudos do BBVA e provável Ministro da Economia do novo Governo liderado por José Luís Zapatero.

O apoio dos socialistas espanhóis à união de eléctricas não é novo. No ano passado, o PSOE concordou com a oferta feita pela Gas Natural sobre a Iberdrola, operação que acabou por ser vetada pela Comissão Nacional de Energia espanhola.

«Queremos expandir a oferta no mercado e favorecer a concorrência. A concorrência existe em teoria mas não na prática. Queremos que as empresas tenham mais liberdade nas suas decisões. Pretendemos evitar um controlo governamental sobre a indústria, que é o que temos tido até agora» disse Miguel Sebastián, em entrevista à Bloomberg.

A opinião de Sebastián – o nome mais falado para o cargo de Ministro da Economia – vai totalmente contra a defendida pelo PP. Em Julho o então secretário de estado da Energia, José Folgado, dizia que as fusões entre as eléctricas espanholas iriam prejudicar a concorrência e fazer disparar os preços.

O mercado da electricidade espanhol foi liberalizado há 15 meses. A Endesa e a Iberdrola controlam cerca de 80% da produção e fornecimento de electricidade. A Gas Natural domina cerca de 60% do mercado de gás. Nos próximos cinco anos estima-se que o mercado eléctrico em Espanha cresça a um ritmo anual de 4%, o dobro da média de crescimento do sector no resto da União Europeia.

A Electricidade de Portugal controla a Hidrocantábrico, quarta maior empresa de electricidade de Espanha.

Miguel Sebastián revelou ainda que o PSOE pretende manter a actual capacidade de produção nuclear do país, que representa cerca de 27% da geração de energia em Espanha. Durante a campanha eleitoral os socialistas tinham dito que iriam reduzir a produção de energia nuclear.

«Esperamos que daqui a 20 anos os aspectos tecnológicos da fusão estejam mais avançados e possamos evitar a energia nuclear, mas para já é algo que não podemos evitar», disse.

Em relação a possíveis mudanças nas estruturas administrativas de empresas anteriormente detidas pelo Estado, como a Repsol e a Endesa, Miguel Sebastián disse que o novo governo não irá fazer nenhumas sugestões. «Isso levaria ao tal controlo estatal que nós queremos evitar», declarou.

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