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Pedidos de compensação das concessionárias rodoviárias disparam para 1.240 milhões

Só os alegados impactos negativos associados à pandemia motivaram até agora pedidos de reposição do equilíbrio financeiro dos contratos de PPP rodoviárias no valor de mais de 303 milhões de euros.

As autoestradas geraram receitas de cerca de 3,7 milhões de euros por dia em 2023.
Ricardo Jr
10 de Outubro de 2024 às 16:40
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O valor global dos pedidos de reposição do equilíbrio financeiro (REF) dos contratos apresentados e dos pedidos formulados nos litígios em curso, submetidos por concessionárias e subconcessionárias rodoviárias, ascende a 1.239,7 milhões de euros.

Comparando com o valor global de riscos e contingências indicado no relatório do Orçamento do Estado para 2024, regista-se um acréscimo na ordem dos 711,1 milhões de euros, refere a proposta de Orçamento para 2025 apresentada esta quinta-feira.

Uma das razões para o aumento do valor reclamado ao Estado pelos privados é a submissão de pedidos quantificados de reposição do equilíbrio financeiro dos contratos com fundamento nos alegados impactos negativos associados à pandemia, em que o valor somado ascende a cerca de 303,1 milhões de euros, é dito.

Sobre as compensações exigidas, o Governo refere ainda a propositura de uma ação arbitral pela concessionária Autoestradas do Atlântico, que gere a concessão Oeste, com fundamento nos alegados impactos negativos decorrentes da pandemia e nas medidas legislativas e regulamentares então adotadas, com valor peticionado de cerca de 70,5 milhões de euros.

Outra das razões apontadas no documento entregue esta quinta-feira no Parlamento é a atualização do valor da ação arbitral intentada pela concessionária Autoestradas Norte Litoral. Há um ano o Governo indicava que a parte quantificada do pedido da concessionária ascendia a cerca de 800 mil euros, sendo agora a contingência atualizada em cerca de 1,7 milhões.

Também o valor da ação arbitral intentada pela concessionária Autoestrada do Algarve foi atualizada. O pedido da concessionária, que ascendia há um ano a cerca de 4,2 milhões de euros, subiu para cerca de 8,5 milhões.

Já a subconcessionária do Douro Interior instaurou uma ação arbitral com vista a obter a condenação no pagamento, por parte da Infraestruturas de Portugal, das denominadas compensações contingentes vencidas e vincendas, peticionando o valor de 232,6 milhões de euros.

Por outro lado, o Governo salienta o pagamento provisório (referente ao segundo semestre de 2023 e ao primeiro semestre de 2024) de 18,6 milhões de euros no âmbito do processo da Rotas do Algarve Litoral, o que reduz o valor desta contingência de 368,2 milhões para 349,6 milhões de euros.

Ferrovia, saúde e aeroportos também reclamam 

No caso do setor ferroviário o montante global de litígios ascende neste momento a cerca de 204,3 milhões de euros, um aumento que se deve "essencialmente à inclusão dos pedidos de REF anteriormente apresentados pela concessionária do contrato de concessão Metro Sul do Tejo, com fundamento nos alegados impactos causados pela pandemia, aumento imprevisto e excecional do custo da energia elétrica e ainda no respeitante à aplicação do Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos", é referido. Somados estes pedidos são de cerca de 4,2 milhões de euros.

Já no que diz respeito às PPP do setor da saúde, o valor global das contingências é de cerca de 86,4 milhões de euros — o que representa um acréscimo em 26,7 milhões de euros face ao apresentado há um ano. 

No que respeita aos contratos de concessão de serviço público aeroportuário celebrados com a ANA, o Governo recorda que a empresa do grupo Vinci intentou uma ação arbitral com fundamento na verificação de uma situação de alteração relevante da lei decorrente da adoção, pelo Estado Português, de medidas de combate à pandemia, invocando direito à reposição do equilíbrio financeiro dos contratos de concessão e quantificando o valor da condenação do Estado em 210 milhões de euros. No entanto, refere que "o valor desta contingência é inferior ao valor reclamado no pedido de reequilíbrio financeiro apresentado, que estava quantificado em 214 milhões de euros".

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