Notícia
No mundo, a neutralidade não existe
A neutralidade não existe. Maria escreve no blog que quer sair à rua por Obama. Pinto Balsemão confessa que o seu voto é obviamente Barack. E os políticos, chegados das convenções democrata e republicana, contam estórias de uma história por contar.
31 de Outubro de 2008 às 12:30
A neutralidade não existe. Maria escreve no “blog” que quer sair à rua por Obama. Pinto Balsemão confessa que o seu voto é obviamente Barack. E os políticos, chegados das convenções democrata e republicana, contam estórias de uma história por contar.
"Ontem, quando alguém espreitou o jornal 'Metro', fez questão de me dizer: 'Maria, já viste? Se o Obama fosse português ganhava com 93,2%'. Fiquei a pensar nisso. Num país onde a abstenção vence sempre com maioria absoluta, esta seria a primeira vez em que sairia derrotada. Gostava que Obama fosse português. Para mim ele é o símbolo da mudança, da esperança, da paz, da juventude deste século que ainda agora começou. Se Obama fosse português eu estaria nas ruas a gritar por ele, estaria ao seu lado a lutar. Voltaria a acreditar na política..."
"Mary Mary". É assim que assina este texto no blog que partilha com amigos: "Barack Presidente". Aos 27 anos, Maria confessa-se desiludida e desinteressada pela política. Diz ser "de direita pelos princípios" em que foi educada, mas assume que só Obama a faria sair de casa para ir "à luta", seja lá o que isso for. "É a força do sonho. É acreditar que 'sim’, que podemos sempre...", resume.
Maria é apenas um dos testemunhos daquilo que os sociólogos já apelidam de "Obamamania". Um movimento que começou nas universidades americanas, com milhares de jovens desalinhados e naturalmente desinteressados pela política, a renderem-se ao serviço de voluntário para ajudar o candidato democrata. A onda tornou-se praticamente imparável. É isso que dizem as imagens e os números: o Mundo quer votar Obama.
De acordo com uma sondagem do Reader Digest, que entrevistou mais de 18 mil pessoas em 18 países, o apoio mundial a Barack Obama varia entre os 90% na Holanda e os 52% na Rússia e na Índia. Resultados sempre muito superiores aos que se estima que o senador pelo Illinois venha a conseguir alcançar na noite eleitoral da próxima terça-feira.
É difícil encontrar alguém que não tenha nada a dizer sobre as eleições nos Estados Unidos. Ou melhor, é difícil encontrar alguém neutro. A neutralidade não existe. Que o diga Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Imprensa e fundador do PPD/PSD, que confessa ao Negócios que "votaria obviamente em Barack Obama nestas eleições".
A escolha está feita. "Obama representa o que muitos de nós gostaríamos que os EUA fossem: o líder do mundo ocidental - não nos iludamos nesse aspecto - com uma actuação baseada nos princípios da democracia e da liberdade e com capacidade de entendimento com os seus aliados e de diálogo com os seus inimigos", explica Francisco Pinto Balsemão.
Posição idêntica tem Luís Nobre Guedes, antigo braço-direito de Paulo Portas que abandonou a direcção do CDS/PP assumindo-se um "devoto de Obama". E o ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva, Eduardo Catroga, que diz que chegou a hora de dar ao democrata o "benefício da dúvida".
Apetece perguntar, onde anda a velha dicotomia Esquerda/Direita?
"Ontem, quando alguém espreitou o jornal 'Metro', fez questão de me dizer: 'Maria, já viste? Se o Obama fosse português ganhava com 93,2%'. Fiquei a pensar nisso. Num país onde a abstenção vence sempre com maioria absoluta, esta seria a primeira vez em que sairia derrotada. Gostava que Obama fosse português. Para mim ele é o símbolo da mudança, da esperança, da paz, da juventude deste século que ainda agora começou. Se Obama fosse português eu estaria nas ruas a gritar por ele, estaria ao seu lado a lutar. Voltaria a acreditar na política..."
Maria é apenas um dos testemunhos daquilo que os sociólogos já apelidam de "Obamamania". Um movimento que começou nas universidades americanas, com milhares de jovens desalinhados e naturalmente desinteressados pela política, a renderem-se ao serviço de voluntário para ajudar o candidato democrata. A onda tornou-se praticamente imparável. É isso que dizem as imagens e os números: o Mundo quer votar Obama.
De acordo com uma sondagem do Reader Digest, que entrevistou mais de 18 mil pessoas em 18 países, o apoio mundial a Barack Obama varia entre os 90% na Holanda e os 52% na Rússia e na Índia. Resultados sempre muito superiores aos que se estima que o senador pelo Illinois venha a conseguir alcançar na noite eleitoral da próxima terça-feira.
É difícil encontrar alguém que não tenha nada a dizer sobre as eleições nos Estados Unidos. Ou melhor, é difícil encontrar alguém neutro. A neutralidade não existe. Que o diga Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Imprensa e fundador do PPD/PSD, que confessa ao Negócios que "votaria obviamente em Barack Obama nestas eleições".
A escolha está feita. "Obama representa o que muitos de nós gostaríamos que os EUA fossem: o líder do mundo ocidental - não nos iludamos nesse aspecto - com uma actuação baseada nos princípios da democracia e da liberdade e com capacidade de entendimento com os seus aliados e de diálogo com os seus inimigos", explica Francisco Pinto Balsemão.
Posição idêntica tem Luís Nobre Guedes, antigo braço-direito de Paulo Portas que abandonou a direcção do CDS/PP assumindo-se um "devoto de Obama". E o ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva, Eduardo Catroga, que diz que chegou a hora de dar ao democrata o "benefício da dúvida".
Apetece perguntar, onde anda a velha dicotomia Esquerda/Direita?