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Nancy Pelosi chega a Taiwan e tensões entre China e EUA aumentam
A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos chegou na tarde desta terça-feira a Taiwan, numa visita que não estava no calendário da sua deslocação à Ásia.
Esta é a primeira visita de uma alta patente norte-americana ao país em 25 anos. A deslocação da terceira figura de Estado mais importante dos EUA a Taiwan tem sido encarada como uma afronta por parte do governo chinês e Pequim disse que a viagem teria "sérias consequências".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês já reagiu em comunicado e indica que a visita "é uma clara violação do princípio de uma só China" e "infringe a soberania e integridade territorial" do país. "Estes movimentos, tal como brincar com o fogo, são extremamente perigosos. Os que brincam com o fogo queimam-se", diz o documento. Desde a semana passada, o exército chinês tem conduzido vários exercícios militares à volta da região, numa demonstração de força.
Esta terça-feira de manhã, vários navios de guerra e aviões chineses posicionaram-se cada vez mais perto do estreito de Taiwan. Ao mesmo tempo, antes da chegada de Pelosi, quatro navios norte-americanos foram enviados para as águas a leste do país.
A China anunciou ainda novos exercícios militares nos dias 4 a 7 de agosto e acrescenta que por "razões de segurança, navios e aviões não devem entrar em território marítimo e aéreo durante este período". No entanto, nessa altura a presidente da Câmara dos Representantes norte-americana já não deverá estar em Taiwan.
Em comunicado no site da presidência da Câmara dos Representantes, Pelosi escreve que "a visita da delegação do Congresso norte-americano a Taiwan honra o firme compromisso dos Estados Unidos no apoio à vibrante democracia de Taiwan".
"As nossas conversações com a liderança de Taiwan vão estar focadas em reafirmar o nosso apoio ao país e à promoção dos nossos interesses comuns, incluindo uma zona Indo-Pacificio livre e aberta. A solidariedade americana com os 23 milhões de pessoas em Taiwan é mais importante hoje que nunca, à medida que o mundo enfrenta uma escolha entre autocracias e democracias", acrescenta.
Em relação à alegada violação do tratado entre os EUA e a China assinado em 1979, a presidente da Câmara dos Representantes indica que "a visita é uma de várias por parte de delegações do Congresso a Taiwan - e de forma alguma contradiz a diplomacia dos Estados Unidos, guiada pela Lei de Relações de Taiwan de 1979" e acrescenta que os "Estados Unidos continuam a opor-se a a esforços unilaterais para mudar esse 'status quo'".