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Mundo está mais seguro, mas persistem vulnerabilidades
Cinco anos após os atentados do 11 de Setembro o mundo está mais seguro, mas nas sociedades democráticas persistem vulnerabilidades à acção do terrorismo global, um fenómeno que vai durar muitos anos, disse à Lusa António Vitorino.
Cinco anos após os atentados do 11 de Setembro o mundo está mais seguro, mas nas sociedades democráticas persistem vulnerabilidades à acção do terrorismo global, um fenómeno que vai durar muitos anos, disse à Lusa António Vitorino.
"Sim e não é a única resposta honesta" à pergunta sobre se o mundo está hoje mais seguro, acrescentou o deputado socialista, que era Comissário Europeu para a Justiça e Assuntos Internos na altura em que as Torres Gémeas de Nova Iorque se desmoronaram matando mais de 2.500 pessoas.
António Vitorino considera que o mundo está hoje mais seguro porque está "mais consciente da natureza da ameaça" terrorista e da sua "vocação destruidora", porque "aumentou a cooperação internacional, a nível político e dos serviços de informações".
"Muitos atentados foram evitados", salientou.
No entanto, admite que "os atentados em Nova Iorque e Washington tiveram um efeito multiplicador" e que "neste sentido a ameaça ampliou-se".
Ao mesmo tempo, "nesta luta (contra o terrorismo), as sociedades abertas que querem continuar abertas têm vulnerabilidades" à acção dos terroristas, adiantou.
António Vitorino lembrou que nos últimos cinco anos foram tomadas medidas de protecção dos meios de transporte e de infra-estruturas críticas (centrais nucleares, eléctricas e de abastecimento de água), bem como de locais turísticos e de grande concentração de pessoas.
O combate ao financiamento do terrorismo, o aumento da segurança dos documentos de identificação e o controle das fronteiras foram outras das medidas tomadas na sequência dos atentados do 11 de Setembro que o deputado classificou como "mais emblemáticas".
O antigo ministro da Presidência e da Defesa Nacional sublinhou ainda os "progressos relevantes, sobretudo a nível europeu" no que se refere à cooperação entre os serviços de informações.
Reconhecendo que "muitas das medidas de segurança implicam constrangimentos" ao modo como os ocidentais exerciam a liberdade, António Vitorino salientou: "No plano europeu não se sacrificaram os direitos fundamentais".
O deputado adiantou que a maioria dos europeus e dos norte- americanos aceita tais constrangimentos porque tem consciência de que "a segurança é fundamental para viver em liberdade".
Em relação ao futuro, António Vitorino não tem dúvidas: "O fenómeno do terrorismo global vai estar connosco durante muitos anos".
Neste contexto, prevê que se mantenham a "cooperação ao nível dos serviços de informações, a legitimidade democrática das medidas adoptadas e o apoio maioritário das populações às medidas".
Presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Europeus, António Vitorino reconhece "diferenças na maneira como europeus e norte-americanos lidam com o terrorismo, sobretudo em relação às prioridades", mas salienta existir, principalmente ao nível das opiniões públicas dos dois lados do Atlântico, "uma convergência muito grande sobre objectivos e valores a defender".
"É com base nestes valores que se deve fazer esta luta (contra o terrorismo). Estamos todos do mesmo lado, o das sociedades abertas e democráticas", disse ainda.