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Mourinho Félix: Roncon “contribuiu para o desempenho de excelência das Finanças”
Elsa Roncon abandonou a Direcção-Geral do Tesouro no dia 13 de Fevereiro. Esta sexta-feira o secretário de Estado do Tesouro concedeu um louvor à responsável “pela competência, total lealdade e sentido de responsabilidade”.
Elsa Roncon Santos saiu da Direcção-geral do Tesouro no dia 13 de Fevereiro. Na altura, o gabinete de Ricardo Mourinho Félix garantiu que a dirigente saiu por iniciativa própria.
"Ao cessar funções a seu pedido, quero expressar o meu reconhecimento à senhora directora-geral do Tesouro e Finanças, licenciada Elsa Maria Roncon Santos, pela competência, total lealdade e sentido de responsabilidade na prossecução do interesse público com que desempenhou as suas funções", realça o secretário de Estado-Adjunto, do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, num louvor publicado esta sexta-feira, 24 de Fevereiro, em Diário da República.
"Dotada de profundos, sólidos e abrangentes conhecimentos profissionais bem como duma capacidade de decisão exemplar, contribuiu reconhecidamente para o desempenho de excelência do Ministério das Finanças, tornando-a merecedora deste público louvor", sublinha o secretário de Estado.
Foi a entrada de um novo secretário de Estado no Ministério das Finanças (Álvaro Novo, para a pasta do Tesouro) que motivou a saída de Elsa Roncon Santos da liderança da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF). Quem o admite é a própria economista, em declarações ao Negócios, recusando qualquer ligação com a polémica da Caixa Geral de Depósitos.
"Tive uma excelente relação com o secretário de Estado Adjunto do Tesouro e das Finanças, Dr. Ricardo Mourinho Félix. Com a perspectiva de voltar a ter uma tutela bicéfala senti-me sem força anímica para iniciar um novo ciclo", respondeu ao Negócios, por e-mail, Elsa Roncon Santos na altura em que se conheceu a decisão de saída, retribuindo o elogio que o governante lhe havia feito no comunicado em que foi anunciada a demissão.
A DGTF vai passar a estar sob a alçada de dois secretários de Estado: Mourinho Félix fica concentrado nas Finanças (sector financeiro e a dívida pública) enquanto Álvaro Novo, que deixa de ser economista-chefe do gabinete de Mário Centeno para transitar para secretário de Estado, passa a ter como responsabilidade o Tesouro (um dos temas quentes, como o Negócios já deu conta, é o do sector empresarial do Estado).
Ora, esta divisão não satisfez Elsa Roncon Santos que optou por sair de funções, com efeitos esta segunda-feira, 13 de Janeiro. "Tenho 66 anos e estou a quatro meses da reforma", diz, enumerando o cansaço com o período em que liderou a DGTF.
"Estive cinco anos e meio à frente da DGTF, passei pelo período da troika, acumulando funções no Fundo de Resolução. Vivi de perto os problemas do sistema financeiro com o caso do BES e Banif", lembra, sublinhando ser também a representante de Portugal no Banco Europeu de Investimento (BEI) desde 2015. "Sou desde 2012 representante efectivo do Sector Empresarial de Estado no Conselho Económico e Social", continua, a que acrescenta ainda o facto de ser membro do Conselho Consultivo das Fundações.