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Morreu Muhammad Ali, o gigante lendário do boxe

Aquele que é considerado o maior vulto de sempre do boxe morreu esta sexta-feira na sequência de complicações respiratórias. Três vezes campeão do mundo de pesos pesados, Muhammad Ali travava há 32 anos um combate desigual com a doença de Parkinson.

Reuters
Negócios 04 de Junho de 2016 às 11:26
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Tinha 74 anos e o mundo a seu pés quando deitou definitivamente a toalha ao chão, na sequência de complicações respiratórias. Campeão olímpico logo aos 18 anos, em 1960, três vezes campeão do mundo, Muhammad Ali não era só uma lenda viva do boxe, era também um homem controverso, cuja vida se confundia com a História do seu país, os Estados Unidos da América. I

Nascido Cassius Clay em 1942, começou a treinar boxe aos 12 anos por sugestão de um polícia depois de se ter queixado de que lhe tinham roubado a bicicleta. Seis anos depois já era campeão olímpico e 10 anos depois, aos 22 anos, tornou-se campeão do mundo de pesos pesados depois de vencer o mítico combate com Sonny Liston. Voltou a ser campeão do mundo por mais duas vezes, em 1974 e 1978.

Porém, se as suas conquistas no boxe o tornaram numa figura mítica deste desporto, foi o homem, o seu percurso, as suas posições e declarações que acabaram por torná-lo numa figura incontornável do século XX.

Cassius mudou cedo de nome. Depois de se sagrar campeão do mundo, adoptou o apelido X, conta o jornal Público em homenagem a Malcolm X, defensor dos direitos humanos, que se tornou o seu líder político e espiritual. Poucos anos depois, converteu-se ao islamismo e adoptou o nome com o qual ficou para a história: Muhammad Ali. Nunca receou os embate contra o establishment, nem fugiu a polémicas ou conflitos: "não quero ser o que vocês querem que seu seja", disse, numa das suas inúmeras frases que ficaram para a História, lembra o El Pais.

A sua oposição à guerra do Vietname saiu-lhe cara. E levou-a até às últimas consequências. Recusou-se a combater, foi condenado a cinco anos de prisão e ficou impedido de jogar boxe. O Tribunal Supremo acabou por reconhecer-lhe o estatuto de objector de consciência e pôde finalmente regressar ao ringue para voltar a consagrar-se campeão do mundo, por duas vezes, ao longo dessa década.

Nos anos 80 retirou-se dos combate e pouco depois foi-lhe diagnosticado Parkinson. Nos anos seguintes dedicou-se a causas humanitárias e acabou por se tornar numa figura consensualmente admirada nos Estados Unidos.

(Notícia actualizada às 12:20)
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