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Ministro da Economia: "Não acredito que sanções tenham um impacto económico sério"
Caldeira Cabral considera que, a acontecerem, as sanções teriam um impacto reduzido e defende que as instituições europeias devem "trabalhar nos problemas relevantes, como o Brexit, os refugiados ou a lentidão da retoma económica".
O ministro da Economia considera que a eventual aplicação de sanções a Portugal não vai ter impactos relevantes na economia nacional.
"Não acredito que as sanções venham a ter um impacto económico sério, vamos ver sequer se há sanções", disse Manuel Caldeira Cabral esta quarta-feira, 13 de Julho, no Parlamento. "Este processo não fica bem às instituições europeias", disse, sobre a abertura do processo de sanções a Portugal pelo défice excessivo em 2015.
"Se houver sanções, não me parece razoável que as sanções tenham um efeito mais do que simbólico. Esta discussão, para além de injusta, é também contraproducente e negativa para a construção europeia", afirmou o governante em declarações aos jornalistas após uma audição na comissão parlamentar de Economia.
"A verdade é que o Governo anterior, que está a ser avaliado negativamente pelos resultados, seguiu a receita europeia de forma acrítica. Fez o que lhe mandaram e não teve resultados tão bons, se calhar devemos questionar se a receita europeia não estava errada ou mal pensada", disse Manuel Caldeira Cabral.
Questionado sobre se a possível aplicação de sanções pode vir a ter impactos negativos no investimento directo estrangeiro em Portugal, o governante desvalorizou.
"Os empresários olham para estas coisas hoje em dia mais como parte do folclore europeu do que propriamente algo relevante. Seria bom ver as instituições europeias a trabalhar nos problemas relevantes, como o Brexit, os refugiados ou a lentidão da retoma económica", rematou o ministro da Economia.
Recorde-se que o conselho de ministros das Finanças da União Europeia aprovou na terça-feira o parecer da Comissão Europeia que recomenda a aplicação de sanções a Portugal.
Bruxelas tem depois 10 dias para decidir sobre as sanções, tendo a Comissão já admitido que poderá ter lugar uma "multa zero"no âmbito do processo de sanções por défice excessivo e que a suspensão de fundos estruturais pode ser evitada.