Portugal voltou a perder população em 2018, devido sobretudo à taxa de crescimento natural negativa, já que o crescimento da natalidade voltou a ser insuficiente para compensar o aumento da mortalidade.
No final de 2018 residiam em Portugal 10.276.617 pessoas, menos 14.410 que em 2017. Este declínio da população portuguesa é resultado do saldo natural negativo, que se agravou no ano passado. Passou de -23.432 em 2017 para -25.980 em 2018.
Isto porque no ano passado nasceram 8,5 crianças por cada mil habitantes, o que até representa um máximo desde 2012. Mas no mesmo período morreram 11 residentes por cada mil habitantes.
A taxa de crescimento natural (nascimentos menos óbitos) é negativa em quase todos os municípios e, como é visível no mapa em cima, afeta sobretudo as regiões do interior.
Entre os 308 municípios do país, apenas em 28 (cerca de 9% do total) a taxa de crescimento natural foi positiva. O valor mais elevado é registado nos Açores (Ribeira Grande, com 0,43%), mas é na Área Metropolitana de Lisboa que se encontram mais municípios onde a população está a crescer de forma natural (nascem mais pessoas do que morrem).
Saldo migratório positivo
A baixa da população portuguesa só não foi maior no ano passado porque o país recebeu mais residentes novos (imigrantes), do que perdeu (emigrantes).
O saldo migratório até subiu de 4.886 pessoas em 2017 para 11.570 pessoas em 2018.
No ano passado, entraram 43 mil imigrantes permanentes no país, naquele que foi o maior fluxo de entrada desde 2002, mostra uma série longa do INE. Estas são pessoas (de nacionalidade portuguesa ou estrangeira) que se instalaram no país com o objetivo de ficar, pelo menos, durante um ano e que tinham estado a viver no estrangeiro também, pelo menos, durante um ano. Ou seja, também estão incluídos nestes números os portugueses que tenham saído do país, por exemplo, durante a crise financeira, e que agora estejam a regressar.
No ano passado, saíram 31,6 mil pessoas com o objetivo de se instalar no estrangeiro.
Olhando para o mapa do país (ver em baixo), a Área Metropolitana de Lisboa volta a destacar-se por ser a região que mais está a aumentar a população pela via migratória.