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Manuela Ferreira Leite: "Este Orçamento não tem execução possível"

Manuela Ferreira acredita que os objectivos do défice para 2013 não serão cumpridos e que o Orçamento ontem apresentado pelo ministro das Finanças "não tem execução possível".

16 de Outubro de 2012 às 11:36
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"Não creio que haja possibilidade de haver alguém que considere que esta situação possa melhorar através do aumento de impostos", considerou a ex-ministra das Finanças, na conferência da Antena 1 e do Jornal de Negócios. "O que se espera é aumento da recessão e do desemprego."

Manuel Ferreira Leite confessou não acreditar "nos objectivos do orçamento", nem "que haja alguém capaz de defender que isso seja possível". "É inviável conseguir-se uma consolidação desta dimensão num prazo de tempo tão reduzido", reforçou.

A ex-governante sublinhou que o ajustamento pelo lado da receita "tem limites", e que "já é impossível aumentar mais". "Ninguém acredita que vai ser cobrado o que lá está”, acrescentou.

"Posso não ser capaz de dizer como se cresce, mas sou capaz de dizer o que não deve ser feito para não decrescer. Qualquer decisão de destruição da classe média deve ser totalmente evitada", frisou a ex-ministra das Finanças, que considera que o aumento da carga fiscal já atingiu todos os limites aceitáveis.

Para Manuela Ferreira Leite, "o erro básico não está neste governo, está no desenho, na receita que a troika desenhou para nós, que está errado". "Esqueceram-se que o efeito recessivo é muito maior quando as famílias estão endividadas", sublinhou. A responsável acredita que "não há alternativa que não seja negociar com a troika".

Sobre a possibilidade de Portugal abandonar a moeda única, Ferreira Leite foi peremptória: "recuso completamente a possibilidade de uma saída do euro". "A Grécia não tem cumprido absolutamente nada, e já alguma vez disseram à Grécia para sair do euro? É a nós que nos vêm dizer que não nos dão mais nada e que temos ir embora?", questionou.

"É preciso emagrecer, e gostaria de recomendar que as pessoas não aceitassem morrer antes de emagrecer. Morrer gordo é do pior que há depois de se fazer uma dieta tremenda", concluiu a ex-governante. "Este orçamento não tem execução possível, e os objectivos não vão ser conseguidos".


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