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Madrid e Bruxelas voltam a chocar por causa do défice

Madrid diz que quer meta mais realista em face da previsão de que a economia espanhola vai voltar a viver um ano de recessão. Mas Bruxelas continua a não dar garantias. Quer antes informações "detalhadas" sobre as razões do desvio orçamental de 2011 que está mal explicado.

Madrid e Bruxelas voltam a chocar por causa do défice
28 de Fevereiro de 2012 às 18:00
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O ministro espanhol das Administrações Públicas, Antonio Beteta, afirmou hoje que espera que Bruxelas o seu acordo à nova meta do défice orçamental para este ano e que o faça no espaço de “dias” a contar desta sexta-feira, em que serão divulgados os grandes números do Orçamento para 2012.

Mas o comissário dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, voltou a insistir que Bruxelas não tomará qualquer posição na ausência de “plena informação sobre o desvio orçamental de 2011 e motivos deste desvio”.

Citado pela Efe, o comissário repetiu que precisa de ter, por conseguinte, “plena informação sobre a proposta de Orçamento e medidas concretas de consolidação orçamental para o ano de 2012”.

Rehn lembrou que já no ano passado Espanha não cumpriu o prometido, ao fechar as contas públicas com um saldo deficitário equivalente a 8,5% do PIB, contra os 6% planeados, e que continua sem informação sobre como Madrid tenciona reduzir em 41 mil milhões de euros o défice deste ano.

“O Pacto de Estabilidade não é estúpido. (…) Só podemos abordar este assunto quando tivermos plena informação sobre o desvio do ano passado e os planos para este”, insistiu o comissário.

Como tem sido recorrente, mudanças de Governo levam os números a bater ainda menos certo. No caso de Espanha, corre a suspeita, inclusive em Bruxelas, de que o actual Governo conservador (PP) terá artificialmente inflacionado o fecho de contas do ano passado, quase na íntegra gerido sob responsabilidade do Executivo socialista de José Luis Zapatero, para obter maior folga neste ano de eleições em regiões como a Andaluzia, há três décadas em mãos socialistas – e só depois da chamada às urnas anunciaria as medidas de austeridade que se perfilam.

A imprensa espanhola e a Reuters chegaram a noticiar que a Comissão Europeia estaria a ponderar avançar com um procedimento de infracção para forçar Madrid a pôr todos os números, e o quanto antes, sobre a mesa. Rehn acabou por negar, alegando que a informação era "incorrecta".

Já o Governo de Mariano Rajoy alega que, sendo recém-chegado, está a levar o tempo normal para formular um primeiro Orçamento, e que não pode manter a meta do défice em 4,4% que era prevista quando se antecipava que a economia crescesse, quando agora se espera uma recessão.

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