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Líderes da NATO deverão aprovar aumento de forças no leste da Europa

O secretário-geral Aliança Atlântica afirmou que o "primeiro passo" para esse incremento consiste no "empenhamento de quatro novos grupos de combate da NATO", que serão enviados para a "Bulgária, Hungria, Roménia e Eslováquia".

23 de Março de 2022 às 16:15
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O secretário-geral da NATO afirmou hoje esperar que os líderes da Aliança aprovem, na cimeira que decorre na quinta-feira, "grandes aumentos" de forças no leste da Europa, com o envio de quatro grupos de combate adicionais.

"Na cimeira de amanhã [quinta-feira], iremos tomar mais decisões. Eu espero que os líderes concordem em fortalecer a postura da NATO em todos os domínios, com grandes aumentos das nossas forças na parte oriental da Aliança, na terra, no ar e no mar", disse Jens Stoltenberg numa conferência de imprensa de antevisão da cimeira de líderes da NATO que decorre na quinta-feira em Bruxelas.

O secretário-geral Aliança Atlântica afirmou que o "primeiro passo" para esse incremento consiste no "empenhamento de quatro novos grupos de combate da NATO", que serão enviados para a "Bulgária, Hungria, Roménia e Eslováquia".

"Em conjunto com as nossas forças já existentes nos países bálticos e na Polónia, isso significa que iremos ter oito grupos de combate multinacionais da NATO em todo o flanco oriental, desde o Báltico até ao Mar Negro", disse.

Segundo Stoltenberg, a Aliança vive atualmente uma "nova realidade" em relação à segurança, pelo que defendeu a necessidade de um fazer um "reset" na sua postura de "dissuasão e defesa a longo prazo".

O secretário-geral da NATO considerou que, desde o início da guerra na Ucrânia, a Aliança agiu "com rapidez e união para proteger e defender todos os Aliados".

E exemplificou referindo haver "centenas de milhares de tropas aliadas em prontidão aumentada em toda a Aliança", "cem mil tropas dos Estados Unidos na Europa" e "40 mil tropas sob o comando direto da NATO, a maioria na parte oriental da Aliança".

No que se refere à cimeira de líderes, Stoltenberg anunciou que, além de um apoio acrescido à Ucrânia, os Aliados deverão também concordar em "aumentar o apoio a parceiros que correm o risco de pressões russas", nomeando países como a Geórgia e a Bósnia-Herzegovina.

"Trabalhando em conjunto com a União Europeia, temos de ajudá-los a assegurar a sua soberania e o seu direito a tomarem decisões de maneira independente", afirmou, embora indicasse que a Aliança tem a "responsabilidade de se assegurar que a guerra não escala para lá da Ucrânia".

Defendendo a tese de que o mundo atravessa atualmente um cenário em que "os poderes autoritários estão preparados para usar a força para imporem as suas escolhas", Stoltenberg nomeou diretamente a China, que acusou de estar a apoiar Moscovo e de pôr em causa o "direito das nações independentes de escolherem o seu próprio caminho".

"A China forneceu apoio político à Rússia, incluindo ao disseminar mentiras descaradas e desinformação, e os Aliados estão preocupados que a China possa fornecer apoio material à invasão da Rússia", sublinhou.

Nesse sentido, o secretário-geral da NATO anunciou que os líderes deverão apelar a que "a China aja de acordo com as suas responsabilidades enquanto membro do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU)".

Abordando ainda os investimentos em Defesa por parte dos Aliados, Stoltenberg sublinhou que "reforços importantes" da segurança da Aliança irão requer "investimentos importantes em Defesa".

"Por isso, espero que os aliados concordem em redobrar os seus esforços para investir mais. Há um novo sentido de urgência, porque nós não tomamos a paz como adquirida", concluiu.

Os chefes de Estado e de Governo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) reúnem-se presencialmente esta quinta-feira em Bruxelas, no dia em que fará precisamente um mês desde o início da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro, estando prevista a participação, por videoconferência, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
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