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Le Maire quer dívida comum da UE como "ferramenta permanente"

Para o ministro francês esta deveria ser "uma ferramenta mais permanente" para ajudar a Europa a recuperar o terreno perdido para os EUA e para a China, mas sobretudo no combate rápido às alterações climáticas.

Reuters
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Bruno Le Maire, ministro francês da Economia e das Finanças, defende que a emissão de dívida comum da União Europeia deveria manter-se como mecanismo permanente de financiamento do investimento. O responsável falava na Cimeira da Recuperação, que decorreu esta quarta-feira no Centro Cultural de Belém, e marca o final da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.

"A dívida comum deveria ser uma ferramenta mais permanente para o investimento comum na Europa, sobretudo na transição climática", defendeu Bruno Le Maire.

Em causa está a necessidade de a União Europeia fazer investimentos para enfrentar o combate às alterações climáticas e ganhar posição perante os Estados Unidos e a China. O ministro francês acredita que o mecanismo criado na sequência da pandemia de covid-19, e que implicou o passo histórico de ser a União Europeia a ir financiar-se aos mercados para entregar dinheiro aos Estados-membros, deveria ser "uma ferramenta mais permanente" para que a Europa consiga atingir os seus objetivos de liderar o mundo várias áreas – desde a investigação à aplicação de novas tecnologias. Le Maire deu como exemplo os recentes esforços comuns para a instalação de fábricas de baterias para automóveis elétricos nos Estados-membros.

"A UE tomou uma decisão importante com a emissão de divida conjunta, em particular para com os países mais expostos à pandemia. Foi um ato sem precedente que demonstra a solidariedade que molda a UE", frisou. "Devemos focar-nos num objetivo: manter-nos líderes na tecnologia e inovação no século XXI. Quem tiver acesso a melhor tecnologia será a nação mais forte", defendeu.

Mas parte desse investimento passa precisamente por uma mudança na maneira de pensar dos decisores europeus que, defende, "devem olhar para as gerações mais novas" com um maior apetite pelo risco: "Não devem os outros correr os riscos por nós. Se não tomarmos esse risco e investirmos em tecnologias disruptivas e de ponta, os próximos avanços serão alcançados noutros lugares", rematou.

Como exemplo da falta de decisões apropriadas, Le Maire enunciou inúmeras reuniões e cimeiras sem decisões, alertando para a necessidade de "tomar decisões como as que tomamos durante a crise devido à pressão" de forma recorrente, afirmando que depois da pandemia "impõe-se a pressão dos EUA e da China" na corrida pela liderança em vários campos.

"Temos uma escolha a fazer, ou regressamos ao passado ou tentamos definir o futuro, mudar regras e adaptar a construção europeia para que seja mais inovadora e ambiciosa. (…) Não devemos estar sistematicamente atrás dos EUA e da China", concluiu.

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