Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Lagarde: Crise financeira teve na sua origem "testosterona excessiva"

Em entrevista à edição francesa da Vanity Fair, a directora-geral do FMI defende a feminização de altos cargos da instituição. Sobre Angela Merkel diz que é uma mulher "fascinante", mas falar de roupa "não é nada o seu estilo".

21 de Novembro de 2014 às 14:43
  • 11
  • ...

A directora-geral do FMI acredita que, na origem da crise financeira, esteve, em parte, um excesso de testosterona, que alimentou um sentimento de rivalidade negativa. Christine Lagarde, que é capa da Vanity Fair do mês de Dezembro, defende, em entrevista à edição francesa, que deviam existir mais mulheres em cargos públicos.

 

"Nessa altura, havia no mundo financeiro uma rivalidade negativa sobre um fundo de testosterona excessiva", afirma Lagarde, depois de se mostrar convencida que a situação não teria sido igual se houvesse mais mulheres a tomar as rédeas das decisões.  

 

"As mulheres não são melhores do que os homens. São diferentes. Somos diferentes", explicou, na mesma entrevista, citada pelo Expansión. "O facto de as mulheres terem estado, com demasiada frequência em situação de minoria dá-lhes outros pontos de vista. E a confrontação de pontos de vista é o que permite chegar a boas decisões".

  

Neste sentido, a responsável do FMI defende a feminização dos altos cargos da instituição. Actualmente, as mulheres ocupam apenas um quarto dos cargos de chefia do FMI, embora representem 48,9% do total de funcionários.

 

Questionada sobre a sua relação com a chanceler alemã, Angela Merkel – outra mulher num cargo de alta responsabilidade – Lagarde garantiu que se entendem bem. E acrescentou: "Ela é fascinante, às vezes muito acessível, atenta aos detalhes pessoais. Mas não pensem que falamos sobre roupa. Não é nada o seu estilo".

 

Para exemplificar o que pode ser uma gestão feminina de uma grande instituição, Christine Lagarde cita o caso da Reserva Federal norte-americana, liderada por Janet Yellen. Segundo a directora do FMI, desde que Yellen assumiu o cargo, "provocou imediatamente uma alteração de tom, com mais atenção e mais humanidade".  

 

Reformas devem continuar mas a um ritmo "mais bem ajustado"

 

Na entrevista à Vanity Fair, Lagarde falou ainda sobre a situação económica da Europa, sublinhando que as "reformas estruturais devem voltar a converter-se numa prioridade".  

 

"Na maior parte dos países, as políticas levadas a cabo para absorver o défice vão no bom caminho, mas são insuficientes para responder às exigências de uma saída da crise", acrescentou.

 

A responsável reconhece, contudo, que a austeridade contribuiu para aumentar as desigualdades e, por isso, defende que "as reformas estruturais devem continuar na Europa mas, sem dúvida, a um ritmo mais bem ajustado". 

Ver comentários
Saber mais FMI Christine Lagarde Vanity Fair Angela Merkel Reserva Federal Janet Yellen directora do FMI Europa economia negócios e finanças
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio