Notícia
Juros de Portugal em alta pelo segundo dia com taxa a 10 anos acima dos 3%
Dívida helénica ultrapassa os 7% pela primeira vez desde Março depois da proposta de Atenas para sair do programa de resgate ter sido mal recebida pelo Eurogrupo. Portugal continua sob o "efeito Fitch", depois da agência manter o rating para o país.
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Os juros da dívida portuguesa de longo prazo estão em alta pelo segundo dia consecutivo esta terça-feira, 14 de Outubro.
Depois de oito sessões consecutivas em queda, a dívida portuguesa voltou a subir ontem e somou 2,76 pontos percentuais para 3,038%.
A situação volta a repetir-se hoje com os juros da dívida a 10 anos a subirem 2,4 pontos base para 3,063%. Estas subidas acontecem depois da agência Fitch ter anunciado no final da passada semana que decidiu manter o rating de Portugal em "BB+", mantendo também a perspectiva positiva para o país.
Na Grécia o agravamento das "yields" é bem mais acentuado. Os juros da dívida de longo prazo ultrapassaram hoje a marca dos 7% pela primeira vez desde Março. Os juros helénicos sobem 34,9 pontos base e negoceiam nos 7,048%.
Isto acontece depois dos ministros das finanças da Zona Euro terem levantado dúvidas sobre o plano de Atenas para abandonar o programa de resgate mais cedo do que o previsto, prescindindo do dinheiro da troika para regressar em pleno aos mercados.
"Estamos cépticos em relação a isto. Estamos a olhar para isto com um certo cepticismo e preocupação", disse o ministro das Finanças austríaco, Hans Joerg Schelling, ontem no Luxemburgo onde teve lugar a reunião do Eurogrupo.
As subidas dos juros de longo prazo de Portugal e Grécia são uma excepção na Zona Euro. Nos periféricos, os juros de Espanha a 10 anos perdem 0,1 pontos base para 2,083%, enquanto em Itália descem 0,7 pontos base para 2,326%.
No coração da Europa, os juros franceses recuam 5,5 pontos base para 1,211%. Já os alemães descem 4,3 pontos base para 0,851%, isto no dia em que Berlim reviu em baixa a sua previsão de crescimento para este ano e o próximo: de 1,8% para 1,2% este ano e de 2% para 1,3% no próximo.
O ministro da Economia, Sigmar Gabriel, apontou as crises geopolíticas e o abrandamento global como as principais causas para o arrefecimento económico alemão.