Um apelo de última hora do primeiro-ministro, José Sócrates, fez com que os responsáveis da General Motors (GM) Europa tenham adiado ontem a comunicação formal ao Governo português da decisão sobre o futuro da fábrica da Azambuja.

Segundo o jornal «Público», durante a manhã, um e-mail enviado pela GM Europa à comissão de trabalhadores da fábrica portuguesa dava conta da decisão de transferir a produção do modelo Combo para Saragoça (Espanha) e do consequente encerramento da unidade da Azambuja. A informação foi posteriormente confirmada por telefone aos trabalhadores pelo vice-presidente da GM Europa, Eric Stevens.

Stevens não se tinha ainda reunido com o ministro da Economia, Manuel Pinho, mas adiantou que "foi decidido dar mais cinco semanas antes de fazermos o anúncio oficial de encerramento" e que ao longo desse período decorrerão conversações sobre "alternativas", dizendo que "a decisão de encerramento mantém-se".

Paulo Vicente, porta-voz da comissão de trabalhadores, diz ter perguntado quais seriam as alternativas - Stevens terá respondido que não sabe.

A reunião com Manuel Pinho, que durou cerca de hora e meia, foi condicionada pela intervenção directa de Sócrates, pelo que os responsáveis da GM Europa acabaram por comunicar ao ministro da Economia que as negociações se mantinham e que o grupo continuaria a analisar a situação.

Tanto a GM como o ministro da Economia sublinharam que a situação crítica se mantém. Andreas Kroemer, porta-voz da GM Europa, disse ao «Público» que "a situação factual [a diferença de 500 euros por unidade] mantém-se inalterada". O «Público» apurou que amanhã, na Alemanha, será feita uma "avaliação interna da situação", que contará com a presença de representantes dos trabalhadores.