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Isabel II, a rainha com o segundo reinado mais longo da história

A monarca britânica morreu aos 96 anos. Nos últimos meses a sua saúde já estava a dar sinais de deteorização. “A rainha morreu de forma pacífica, em Balmoral, esta tarde. O rei e a rainha consorte vão ficar em Balmoral esta noite e regressam a Londres amanhã”, pode ler-se num comunicado da família real.

08 de Setembro de 2022 às 19:56
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Isabel II, a rainha de Inglaterra, morreu, esta quinta-feira, aos 96 anos. "A rainha morreu de forma pacífica, em Balmoral, esta tarde. O rei e a rainha consorte vão ficar em Balmoral esta noite e regressam a Londres amanhã", pode ler-se num comunicado da família real. Esta quinta-feira ao final da manhã foi tornada pública a notícia de que o estado de saúde de Isabel II tinha piorado nas últimas horas, o que levou os seus filhos e netos a dirigirem-se para Balmoral durante a tarde.

"A rainha morreu de forma pacífica, em Balmoral, esta tarde. O rei e a rainha consorte vão ficar em Balmoral esta noite e regressam a Londres amanhã", pode ler-se num comunicado da família real.

A monarca com o segundo reinado mais longo da história já vinha a dar sinais de fragilidade da sua saúde. Após a morte do marido, o príncipe Filipe, em abril de 2021, Isabel II foi mostrando sinais de estar mais cansada e com dificuldades de mobilidade. Em fevereiro teve covid-19 e a própria admitiu a ter deixado "muito cansada".

Primeiro apareceu de bengala em alguns eventos públicos, depois cancelou viagens à Irlanda do Norte e à Escócia para participar na COP26. Passou uma noite no hospital para fazer exames médicos e, por fim, cancelou apenas marcou presença no início e no fim das celebrações do seu Jubileu de Platina, em junho. Esta semana apareceu para dar posse à nova primeira-ministra Liz Truss, mas pela primeira vez, esse ato aconteceu em Balmoral, onde a rainha veio a morrer, dois dias depois.

Isabel II reinou durante 70 anos. Com uma marca que muitos descrevem como "conservadora", a rainha que nem nasceu com destino no horizonte, é vista também como o garante da estabilidade da monarquia britânica, da sua credibilidade. Fez do crescimento da Commonwealth uma das marcas do seu reinado.

Isabel Alexandra Maria deixa como sucessor o seu filho mais velho, Carlos, que deverá assumir o trono, aos 73 anos. Embora a opinião pública preferisse que o trono passasse de imediato para o neto de Isabel II e filho mais velho de Carlos - o príncipe William.

Sobrinha do herdeiro da coroa

Quando nasceu, a 21 de abril de 1926, Isabel não tinha sobre si a pressão de vir a ser monarca. Filha de Jorge VI e Isabel Bowes-Lyon, era sobrinha do príncipe herdeiro - o rei Eduardo VIII. Portanto, o seu nascimento, ainda que badalado foi festejado por ser a primeira filha dos duques de Iorque, os seus pais, e mais uma neta para os reis.

No entanto, Eduardo VII viria a reinar apenas um ano, depois da morte do pai, Jorge V (avô de Isabel). Tendo abdicado para se casar com a divorciada norte-americana Wallis Simpson. Uma escolha que alterou para sempre a vida de Isabel, então com 10 anos. O pai teve de assumir o trono, colocando-a na linha direta de sussessão.

Depois de um reinado de 16 anos do pai (entre 1936 e 1952), a jovem Isabel II foi chamada a governar. Tinha então 26 anos, já estava casada com Filipe, o duque de Edimburgo e já era mãe de Carlos e Ana, os seus dois filhos mais velhos. Só oito anos depois de ter sido coroada rainha é que voltou a ser mãe. Durante o seu reinado deu à luz, André (1960) e Eduardo (1964).

O seu discurso de coroação foi o primeiro a ser transmitido pela televisão.

Divórcios e saídas da família real

Se a gestão do país representou momentos de tensão e transformação - a crise do Suez, o aparecimento da União Europeia, a independência de muitos dos territórios de África e das Caraíbas, a guerra das Malvinas -, a vida familiar não deu menos dores de cabeça a Isabel II. Ao ponto de ter elegido mesmo um annus horribilis - o ano de 1992 -, por causa dos divórcios de André e Ana a separação formal de Carlos e Diana. A que se juntou um incêndio no palácio de Windsor.

O dinheiro gasto pela família real foi também alvo de críticas, o que levou a uma reestruturação das finanças reais e do pagamento de impostos de renda.

Em 1997, com a morte da princesa Diana, a monarca voltou a sentir as críticas da opinião pública, tendo sido forçada a fazer um discurso público, onde referiu admirar a dedicação da princesa aos dois filhos.

Depois deste momento complicado seria o filho mais novo de Diana a dar-lhe uma nova dor de cebaça, já em 2020, ao anunciar o seu afastamento e da mulher, Meghan Markle, dos deveres de membros ativos da família real. Em 2021, uma entrevista do casal, que entretanto se mudou para os EUA, a Oprah Winfrey contou episódios de suposto racismo dentro da família - isto por Meghan ser afro-americana.

Mas o momento mais difícil de 2021 acabaria por chegar em abril, com a morte do marido. O duque de Edimburgo morreu na sequência de problemas cardíacos, no Castelo de Windsor.
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