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IGCP desiste de vender obrigações previstas para o terceiro trimestre
O IGCP cancelou uma emissão de obrigações de 3 mil milhões de euros prevista para o terceiro trimestre deste ano, devido “à redução das necessidades de financiamento”. Alberto Soares garantiu ao Jornal de Negócios Online que o cancelamento nada tem a ver
O IGCP cancelou uma emissão de obrigações de 3 mil milhões de euros prevista para o terceiro trimestre deste ano, devido "à redução das necessidades de financiamento". Alberto Soares garantiu ao Jornal de Negócios Online que o cancelamento nada tem a ver com a situação de instabilidade que se vive nos mercados: "tem apenas a ver com o comportamento das contas públicas".
O Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP) anunciou hoje num comunicado publicado junto das agências internacionais que procedeu ao cancelamento de uma emissão de obrigações do tesouro (OT) que estava prevista para o terceiro trimestre desde ano.
No comunicado, a entidade pública a quem compete gerir a tesouraria e a dívida pública directa do Estado português justifica a decisão com "a redução das necessidades de financiamento" do Estado.
Depois de inicialmente se ter comprometido em trazer o défice orçamental para os 3,7% para este ano, o Ministro das Finanças acabou por reconhecer que a meta poderá mesmo ficar abaixo dos 3,3% do PIB.
O bom ritmo de crescimento da receita fiscal, mais do que o controlo das despesas, asseguram-lhe este bom momento da execução orçamental, o que terá levado o IGCP a cancelar a emissão.
Segundo explicou o presidente do IGCP, em declarações ao Jornal de Negócios Online, a dívida sindicada que foi cancelada correspondia a uma emissão de 3 mil milhões de euros.
O cancelamento, segundo Alberto Soares, tem a ver com "o comportamento das contas públicas", e nada tem a ver com a actual crise financeira que tornou mais volátil o mercado da dívida.
"As condições de mercado não são particularmente favoráveis, mas se houvesse necessidade de emitir mais dívida, tínhamos de o fazer", explicou.
Com o cancelamento desta emissão, o IGCP já não irá vender mais OT em 2007, ficando fechadas as vendas deste instrumento no actual exercício.
No início deste ano, o IGCP tinha anunciado que o governo necessitaria de cerca de 15 mil milhões de euros de financiamento.
Em Julho, a Market News International, citando Alberto Soares, já noticiava que Portugal previa emitir menos títulos de dívida durante este ano e estimava ainda reduzir o seu financiamento para 2008.
O instituto também anunciou hoje a realização de um leilão de mil milhões de euros, relativo à OT que vence em 2013 e que tem uma taxa de cupão de 5,45%.