No primeiro aniversário do resgate à Grécia, o primeiro ministro das Finanças grego, Giorgos Papaconstantinou, anunciou um programa de combate à fuga aos impostos e que visa recuperar 11,8 mil milhões de euros até 2013.

Foi há um ano que os ministros da Zona Euro acordaram o resgate à Grécia com um duro ajuste às suas contas públicas, quando o país estava à beira da falência. “A nossa prioridade é evitar a bancarrota. Essa é uma linha vermelha que não se pode cruzar”, disse na altura o primeiro ministro grego, Giorgos Papandreou, citado pelo “El Mundo”.

A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional acordaram emprestar 80 e 30 mil milhões de euros à Grécia, respectivamente, por um período de três anos. Porém, um ano depois continuam as dúvidas. “Não há possibilidade de que a Grécia reestruture a sua dívida ou que proceda a um ‘haircut’ (renegociação da dívida)”, assegurou um ano depois Papaconstantinu.

O ministro espera agora, apesar da redução de 5,2% para 4,2% das taxas de juro sobre esses empréstimos, o prolongamento por parte da Comissão Europeia do prazo de pagamento do resgate, que deverá ser validado na Cimeira da União Europeia em Junho.

Por sua vez, Nout Wellink, membro do Banco Central Europeu, considerou a prorrogação do prazo de pagamento do resgate, como alternativa à reestruturação da dívida.

Após dezenas de medidas como cortes nos salários dos funcionários públicos, subidas de impostos como o IVA e privatização de activos públicos, o que provocou numerosas greves gerais, Atenas está agora a centrar as suas forças no combate à evasão fiscal.

“A evasão é um delito contra a nação e uma injustiça social e um problema com muitas facetas”, advertiu Papaconstantinu após assegurar que o governo grego está decidido a “traçar uma linha vermelha com o passado” nesta matéria.

A dimensão deste tipo de delito na Grécia é a mais alta de todos os países da União Europeia. “Segundo a OCDE alcança entre 25 a 30% do PIB”, revelou o ministro ao dizer que os cofres do Estado perdem cerca de 15 mil milhões de euros anualmente.

Deste modo, o programa previsto para combater este mal a partir de 2011 tem o objectivo de obter 1,5 mil milhões de euros este ano, 4,4 mil milhões em 2012 e 5,8 mil milhões em 2013.