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Governo elogia medidas do PSD. Comunistas contra

O debate sobre a capitalização das empresas foi marcado pelo Governo, mas acabaram por ser as medidas do PSD a dominar a discussão. O ministro da Economia elogiou o pacote de medidas que o PSD apresentou para a capitalização das empresas e desafiou os sociais-democratas para reunirem com o Governo e com a estrutura de missão do ministério que acompanha esta matéria. O PCP não gostou e disse: "mais do mesmo, não obrigado!"

Bruno Simão/Negócios
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O debate era para ser sobre as linhas gerais do Programa Nacional de Reformas do Governo para a capitalização das empresas, mas as 35 propostas que o partido liderado por Passos Coelho apresentou esta quarta-feira acabaram por marcar a discussão que o próprio Governo tinha agendado. "Este afinal foi o debate das propostas do PSD", concluiu a deputada social-democrata Inês Domingos.

No início do debate, o PSD tinha ouvido um elogio e um desafio. As medidas apresentadas pelo PSD mostram que "há muito mais espaço para a construção de consensos e pontes nesta matéria", disse Manuel Caldeira Cabral, questionando o PSD sobre a disponibilidade para conversar com o Governo para discutir as medidas que apresentaram, sublinhado até semelhanças com as que o Executivo incluiu no Programa Nacional de Reformas.

O PSD reiterou a vontade de contribuir, mas o líder parlamentar Luís Montenegro lembrou que o espaço para esse debate é no Parlamento, "onde estão os partidos", rejeitando assim conversar com o Executivo e a estrutura de missão do Ministério da Economia que tem como objectivo acompanhar as questões do financiamento e do endividamento das empresas.

A aproximação de Caldeira Cabral ao PSD não agradou ao PCP, um dos parceiros do Executivo de António Costa. O deputado comunista Bruno Dias elencou algumas das medidas que os sociais-democratas, com destaque para a redução da tributação das mais-valias e os benefícios adicionais para as empresas "à pala de dinheiros do Governo". "Mais do mesmo não é preciso. Não obrigado", avisou Bruno Dias, reafirmando que é preciso "romper com a política de direita" - um dos slogans que tem justificado o apoio do PCP ao Governo PS.

O CDS quis saber como é possível apoiar a capitalização das empresas e ao mesmo tempo travar a descida do IRC e Mota Soares perguntou ao ministro se podia garantir que não há aumento da carga fiscal para a actividade económica. "Este ano será um ano em que a carga fiscal não aumenta", afirmou apenas Caldeira Cabral. 

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