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Governo vai extinguir Fundação Berardo: “Não posso comentar nada, thank you”
Decisão tomada após a Inspeção-Geral de Finanças ter concluído que a polémica Fundação José Berardo promovia atividades fora do seu âmbito de atual legal, avança o Observador, que revela ainda que se trata da primeira fundação privada a ser extinguida pelo Governo.
O procedimento administrativo com vista à extinção da polémica Fundação José Berardo "foi iniciado oficiosamente a 5 de janeiro de 2022", garantiu ao Observador o Ministério da Presidência do Conselho de Ministros.
A decisão do Governo foi tomada depois de a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) ter concluído que a entidade promovia atividades fora do seu âmbito de atuação legal, revela o mesmo jornal, que diz saber que os bancos credores - a Caixa Geral de depósitos, o BCP e o Novo Banco, já foram notificados da intenção governamental.
A auditoria da IGF seguiu-se a uma decisão do tribunal da Madeira que sinalizou investimentos "de risco" da Fundação Berardo associados à compra de ações, que levou à contração de avultados créditos junto da banca, com o banco público a ter como um dos seus maiores devedores precisamente Joe Berardo, o presidente honorário vitalício da fundação, assim como presidente do conselho de administração e do conselho de curadores da instituição.
"Não posso comentar nada, thank you", respondeu Joe Berardo ao Observador.
Segundo o mesmo jornal, esta será a primeira fundação privada a ser extinguida pelo Governo.
"Já outras fundações cessaram atividades e tiveram ordem de encerramento, mas nenhuma pelas razões mencionadas no relatório da IGF nem por iniciativa da Secretaria-geral da Presidência de Conselho de Ministros, a entidade competente para o efeito", explica o Observador, adiantando que "o próprio Governo admite não ter conhecimento de nenhum outro caso de extinção por iniciativa da entidade competente para o reconhecimento".