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Governo português afasta revisão do acordo ortográfico

O ministro dos Negócios Estrangeiros português afastou hoje a possibilidade de revisão do acordo ortográfico, referindo que está em vigor em Portugal e que falta ser aplicado pelos países onde a ratificação ainda está em curso.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, recordou o antigo Presidente português Mário Soares como 'o pai da democracia portuguesa, antes e depois do 25 de Abril' e um 'português de primeira e democrata'.  'Mário Soares é o pai da democracia portuguesa, antes do 25 de Abril e depois do 25 de Abril. É o pai do reencontro de Portugal com a sua história, do reencontro de Portugal com o seu espaço cultural. É tudo isso. É a pessoa mais importante, pelo menos para a minha geração', destacou o chefe da diplomacia portuguesa em Nova Deli, onde se encontra a acompanhar a visita de Estado do primeiro-ministro, António Costa, à Índia.
Augusto Santos Silva falava aos jornalistas visivelmente emocionado e afirmou: 'É um dia para chorar'. 
'A democracia portuguesa está à altura do seu pai', disse depois.  O número dois do Governo recordou a luta de Mário Soares antes e depois da revolução de 1974 e também a 'convicção e força' com que integrou Portugal no espaço europeu, bem como a 'energia enorme' com que se bateu até ao fim. 'Mário Soares sempre foi um rebelde, uma pessoa cheia de energia, sempre foi novo e jovem até ao fim', recordou o ministro. 'Eu hoje nem sequer queria lembrar o Mário Soares socialista, queria lembrar o Mário Soares pessoa, português de primeira e democrata', sublinhou. 
O governante apontou que 'a lição principal' que Soares deixou é a de que 'todos somos necessários'.
'Uns pensamos uma coisa, outros outra, se pensamos coisas diferentes devemos falar entre nós, devemos discutir e acertar métodos pacíficos para resolver eventuais diferendos e devemos todos trabalhar em função do que acreditamos ser o melhor para o nosso país e devemos trabalhar para melhorar o nosso país, melhorar a Europa e nunca ceder em relação aos valores que consideramos fundamentais', destacou.
07 de Fevereiro de 2017 às 20:29
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"O momento em que estamos do processo de implementação do acordo ortográfico é este momento: para países como Portugal, Brasil e outros, está em vigor; noutros países que o aprovaram, o processo de ratificação ainda está em curso", disse hoje Augusto Santos Silva, à margem da apresentação da plataforma "Português Mais Perto".

 

O chefe da diplomacia portuguesa referia-se a Angola e Moçambique, que ainda não ratificaram o acordo ortográfico, em vigor em Portugal, Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.   

 

"A nossa posição é que devemos aguardar serenamente para que o processo de ratificação seja concluído para que o acordo possa entrar em vigor em todos os países que o assinaram e o aprovaram", afirmou o ministro, quando questionado sobre a revisão do acordo ortográfico de 1990 (AO90), proposta pela Academia de Ciências de Lisboa (ACL).

 

Interrogado se o Governo aceitará as "sugestões de aperfeiçoamento" do acordo, Santos Silva respondeu: "Não tenho mais nada a dizer".

 

"O acordo ortográfico está em vigor em Portugal, é um acordo internacional que obriga o Estado português", referiu o ministro, acrescentando que "evidentemente que nada está isento nem de crítica nem de possibilidade de melhoria".

 

A Academia de Ciências de Lisboa aprovou um documento com "Sugestões para o aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa" de 1990, propondo o regresso de consoantes mudas, do acento gráfico, em alguns vocábulos, do circunflexo, noutros, assim como do hífen.

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