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George Soros defende "impostos pesados" da UE sobre gás russo em carta a Draghi

O investidor multimilionário recorda que a Europa ainda tem um forte poder de influência junto do Kremlin já que é uma compradora de peso de gás russo e pede que a UE imponha um imposto pesado sobre as importações.

A Bloomberg não tem dados disponíveis para a evolução da fortuna de Soros este ano. Mas foi noticiado que nas semanas após as eleições o investidor perdeu mil milhões de dólares. A eleição de Trump aparenta ter apanhado Soros em contrapé. No quarto trimestre, o investidor desfez a posição no iShares MSCI Emerging Index Fund e no iShares China Large-Cap. Os emergentes são vistos como potenciais prejudicados com as políticas económicas de Trump. Em contraponto, abriu posição na Key Energy Services (investimento de cerca de 30 milhões de dólares), na Time Warner, que é alvo de uma oferta da AT&T, e no Facebook. No entanto, entre as seis maiores posições da carteira apresentada ao regulador dos EUA , metade são em opções de venda sobre índices accionistas. As outras três são na Liberty Broadband, na Adecoagro e na Tivo.
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Vladimir Putin pode não ter tanto poder negocial para com a Europa como se pensa. O alerta foi dado por George Soros numa carta enviada ao primeiro-ministro italiano Mario Draghi, a que CNBC teve acesso.

O investidor reconhece que o presidente russo está "obviamente a chantagear a Europa" com o gás russo, mas lembra que o bloco ainda tem poder de influência junto de Moscovo, como comprador de peso desta matéria-prima e pede à Europa que aplique impostos pesados sobre as importações de gás russo. 

 

"Esta a acontecer o que ocorreu no passado. [Putin] está a armazenar o gás em vez de enviá-lo para a Europa, o que cria escassez, aumentando os preços, o que rende [à Rússia] muito dinheiro. No entanto, a sua posição nas negociações não é tão forte quanto [o presidente russo] finge ser", escreveu George Soros.

 

O investidor recorda ao chefe de Governo italiano que o Kremlin precisa da receita angariada com o gás para sustentar a economia e que uma vez cheios, os depósitos de gás começarão a dar prejuízo.  "Estima-se que a capacidade de armazenamento russa [de gás] estará cheia até julho".

 

"A Europa é o único mercado. Se [Putin] não fornecer  gás à Europa, o Kremlin terá de encerrar os depósitos na Sibéria, cerca de 12.000. Para encerrar estes depósitos é preciso tempo e uma vez fechados é muito difícil voltar a abrir devido à idade do equipamento", explica Soros.

 

Assim, o multimilionário considera que a Europa deve exercer o seu poder de negociação, mas antes deve "preparar-se  urgentemente" já que uma "paralisação repentina [de compra de gás russo] é difícil de suportar". Assim, a Europa deve  impor "um imposto pesado sobre as importações de gás para que o preço pago pelo consumidor não caia."

 

A UE recebe cerca de 40% do gás russo. Nas últimas semanas, a Rússia cortou o gás à Finlândia, Bulgária e Polónia.

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