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Turbulência no fornecimento de gás russo à Europa. Preços disparam

Um dos principais pontos de passagem na Ucrânia deixou de funcionar devido ao território ter ficado sob ocupação russa, indicam as autoridades ucranianas.

Reuters
11 de Maio de 2022 às 10:30
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Pela primeira vez desde o início do confilito, a guerra na Ucrânia está a afetar o funcionamento do fornecimento de gás da Rússia para a Europa, através dos gasodutos que atravessam o país liderado por Volodymyr Zelensky. Esta quarta-feira, um dos principais pontos de passagem - em Sokhranovka - deixou de funcionar.

As autoridades ucranianas justificaram a paragem por a localidade estar sob o controlo russo. "A Ucrânia não pode ser responsabilizada pela passagem do gás nos territórios ocupados pela Rússia e a Gazprom já foi informada disso", afirmou a companhia estatal ucraniana Naftogaz através de comunicado.

A empresa afirmou também que a passagem de gás por Sudzha, rumo à Eslováquia, a maior rota de entrada na União Europeia pela Ucrânia, iria baixar o fluxo de gás em 18%. Ainda assim, via Nordstream, o maior gasoduto a abastecer o bloco europeu, cuja passagem é feita pela Alemanha, o fornecimento está a decorrer com normalidade.

As dificuldades sentidas no fornecimento via Ucrânia fizeram o preço do gás natural disparar 6,8% às primeiras horas de quarta-feira em Amesterdão, o mercado de referência para a Europa. Mais tarde os ganhos encolheram, com a matéria prima a ser negociada com uma alta de 1,5%, pelas 07h19 (hora de Lisboa).

Com o bom tempo a instalar-se, a negociação de gás não tem sofrido tanta pressão. Ainda assim, um grupo de mais de 100 empresas, incluindo a Microsoft e a Univeler, instaram a Comissão Europeia a acelerar o Pacto Ecológico Europeu (Green Deal em inglês), colocando o foco nas energias renvoáveis, para acabar com a dependência da Rússia.

"No centro da atual crise de segurança energética e alta de preços está uma dependência excessiva das importações de gás, petróleo e carvão", indica uma carta aberta endereçada a Ursula von der Leyen. "Esta é a altura de sermos ousados e reforçarmos a aposta no Green Deal".


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