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Gaspar defende que caso dos “swaps” é padrão do Governo de Sócrates

Tal como a secretária de Estado, Vítor Gaspar voltou a dizer que o processo dos contratos especulativos das empresas dos transportes "reflecte um padrão sistemático do anterior Executivo".

Bruno Simão
30 de Abril de 2013 às 16:07
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Vítor Gaspar considera que o caso dos contratos especulativos “swaps”, que poderiam abrir um buraco de 2,8 mil milhões de euros nas contas públicas, corresponde a um padrão do Governo de José Sócrates.

 

“Este é um padrão de comportamento sistemático por parte da gestão do Partido Socialista”, afirmou o ministro das Finanças, que está hoje a ser ouvido na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, ao lado da secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, sobre as perdas potenciais nas empresas do sector empresarial do Estado com estes contratos especulativos. A secretária de Estado já tinha feito esta afirmação na sexta-feira passada.

 

O ministro das Finanças voltou a dizer que este problema “de natureza especulativa” aconteceu sempre antes da entrada em função do Executivo que compõe.

 

“Verificou-se que muitos dos contratos analisados permitiram às empresas apresentar resultados mais positivos no curto prazo, à custa de assunção de riscos muito significativos no futuro”, afirmou Vítor Gaspar, recebendo bastantes críticas dos deputados do Partido Socialista.

 

Estes instrumentos, nas palavras de Gaspar, são “complexos e opacos” e, de acordo com o governante, esta “opacidade e desorçamentação” foram “comportamentos sistemáticos do Partido Socialista enquanto esteve no Governo.

 

O deputado socialista Fernando Medina afirmou, na sua intervenção, que ainda não existem factos mas já existem “criminosos” e “inocentes”. “É uma vergonha, é inaceitável” que haja “este jogo político”, disse o deputado sobre o facto de Vítor Gaspar ter “atirado” responsabilidades para o anterior Executivo.

 

Fernando Medina, do PS, disse a Vítor Gaspar que o ministério que lidera “não está interessado em esclarecer a verdade, em fazer um trabalho sério, só está interessado na gestão política do processo, para encontrar bodes expiatórios”. O deputado socialista criticou o facto de o ministro ter colocado no mesmo bolo todos os casos polémicos, como os “swaps”, as parcerias público-privadas (PPP), a Estamo, na atribuição de culpas ao anterior Governo.

 

“A responsabilidade política é de grande importância nesta matéria”, afirmou Vítor Gaspar, que criticou a “hipersensibilidade” dos socialistas às acusações que lhes são feitas, salientando uma incapacidade do maior partido da oposição "para assumir as suas responsabilidades".

 

(Notícia actualizada às 19h40)

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