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Finlândia também rejeita proposta de Bruxelas para fundo de recuperação da UE

O governo finlandês quer menos apoios a fundo perdido, menos dinheiro e um prazo mais curto para a aplicação do pacote financeiro.

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O governo finlandês indicou esta quinta-feira, em conferência de imprensa após um conselho de ministros, que rejeita a atual proposta da Comissão Europeia de pacote de recuperação dos efeitos económicos da pandemia de covid-19.

A proposta apresentada pelo Executivo comunitário liderado por Ursula Von der Leyen prevê que a própria Comissão Europeia recorra aos mercados para emitir 750 mil milhões de euros de dívida conjunta europeia, dois terços (500 mil milhões) a distribuir pelos Estados-membros através de subvenções a fundo perdido e o restante terço (250 mil milhões) a título de empréstimos.

O governo liderado por Sanna Marin refere que está aberto a negociar o pacote de apoios, mas exige que a fatia a fundo perdido seja reduzida e que a dos empréstimos aumente.

Desta forma, Helsínquia junta-se aos denominados "quatro frugais" - Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia -  nas críticas à solução avançada por Bruxelas.

O governo finlandês considera ainda que o pacote é excessivo, defendendo um montante inferior aos 750 mil milhões de euros e que o prazo para a sua aplicação seja inferior aos quatro anos propostos pela Comissão, pretendendo também que a maturidade da dívida a emitir seja menor que os 30 anos advogados por Bruxelas.

Os líderes europeus irão reunir virtualmente numa cimeira a 19 de junho, mas vários responsáveis já admitiram esta semana que apenas numa cimeira presencial a realizar em julho poderá ser alcançado um acordo, que necessita da aprovação de todos os 27 Estados-membros, tal como o Negócios já tinha noticiado. 


De acordo com a chave de distribuição já revelada pela Comissão, Portugal poderá arrecadar 26,3 mil milhões de euros (15,5 mil milhões em subsídios e 10,8 mil milhões em empréstimos), sendo o oitavo maior beneficiário. Itália e Espanha recebem os maiores envelopes por serem os dois países mais fustigados pela pandemia. Roma poderá receber 172,7 mil milhões de euros e Madrid 140,4 mil milhões de euros.

 

Além deste fundo de recuperação temporário, batizado de "Próxima Geração UE", Bruxelas avançou uma nova proposta para o próximo quadro financeiro plurianual (QFP) de 1,1 biliões de euros para os próximos sete anos (2021-27).

A estes montantes acresce ainda o pacote de 540 mil milhões de euros já acordado no Eurogrupo (proteção imediata aos países, empresas e emprego) para um montante global de 2,4 biliões de euros com que Bruxelas pretende conferir capacidade de reação à crise da covid-19 e robustecer o mercado único, sem esquecer as dimensões da coesão e solidariedade (partilha de riscos). Note-se que além deste poder de fogo há ainda a bazuca que o Banco Central Europeu colocou em ação para comprar dívida pública dos países da Zona Euro e que foi hoje reforçada para 1,35 biliões de euros.

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