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Fed sobe juros pela primeira vez em quatro anos

A Reserva Federal norte-americana anunciou hoje uma subida de 25 pontos base nos juros de referência da maior economia do mundo, no primeiro aumento dos últimos quatro anos que coloca o preço do dinheiro dos Estados Unidos em 1,25%, tal como esperavam os

30 de Junho de 2004 às 19:14
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A Reserva Federal norte-americana anunciou hoje uma subida de 25 pontos base nos juros de referência da maior economia do mundo, no primeiro aumento dos últimos quatro anos que coloca o preço do dinheiro dos Estados Unidos em 1,25%, tal como esperavam os mercados e os economistas.

A subida das taxas de juro em 25 pontos base era já aguardada pela maioria dos analistas, que acreditam estar este movimento já descontado nos mercados. A instituição liderada por Alan Greenspan tinha já avisado o mercado que os juros iriam subir a um ritmo ponderado.

«O mercado já descontou a subida de 25 pb, o que ainda não descontou foi a possibilidade de um discurso mais agressivo da parte de Greenspan, sinalizando novas subidas», afirma Jorge Ramos, responsável da LusoPartners, antes de conhecida a decisão.

Os economistas consultados pela Bloomberg esperam que a Fed continua a prometer uma subida de juros a um ritmo «ponderado».

Depois de uma politica expansionista, ao descer os juros até um mínimo desde 1958, a Fed quer agora uma política monetária «neutra», de modo a evitar as pressões inflacionistas, mas sem ameaçar a retoma da economia, o que pressupõe um nível de juros entre 2,5 e 5%.

Assim, e segundo uma sondagem efectuada pela Bloomberg, os economistas estimam que no final deste ano as taxas de juro nos Estados Unidos estejam em 2%, e em Junho de 2005, ascendam já a 3%.

Segundo a mesma fonte a Fed deve subir os juros de forma gradual - 25 pontos base em todas as próximas reuniões – só parando quando o preço do dinheiro atingir pelo menos 4% em finais do próximo ano.

A última vez que a Fed subiu os juros foi em Maio de 2000, quando aumentou os «fed funds» de 6 para 6,5%. Pouco depois a maior economia do mundo entrou em recessão e a autoridade monetária dos Estados Unidos iniciou uma longa série de descida nos juros.

As atenções estão, à semelhança do passado, mais viradas para o discurso utilizado por Alan Greenspan, presidente da Fed, do que para a sua actuação. «Se der a ideia de que vai acelerar o ritmo de subida dos juros, fruto da ameaça de inflação de curto (devido ao aumento dos custos energéticos) e de médio prazo (com o aumento da massa salarial nos EUA), a declaração pode ensombrar os mercados», acrescentou Jorge Ramos, relembrando o ritmo desastroso de 1994, quando, no espaço de seis meses, a Fed aumentou os juros em 1,5% provocando, em apenas de dois meses, uma queda de 7% do índice S&P500.

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