Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Famílias puxaram mais pelo PIB no segundo trimestre, mas não evitaram estagnação

INE confirmou variação nula da economia nos meses da primavera, com procura externa a dar um contributo negativo.

Portugal surge em décimo lugar na tabela de países onde as despesas mensais das famílias são mais baratas face à média europeia.
Mariline Alves
31 de Agosto de 2023 às 11:21
  • 2
  • ...

O consumo das famílias reanimou-se no segundo trimestre, mas foi insuficiente para compensar a quebra nas exportações, com o INE a confirmar nesta quinta-feira uma estagnação da economia nos meses de abril a junho.

No trimestre da primavera, o PIB registou uma variação nula, após ter subido 1,6% no arranque do ano. Já face a período igual do ano passado, a economia nacional regista uma subida de 2,3%.

Os dados detalhados da evolução das componentes do produto interno bruto hoje conhecidos indicam que no segundo trimestre as despesas das famílias avançaram em cadeia 0,6%, no melhor registo desde o final do verão do ano passado. No primeiro trimestre, a subida era de 0,2%.

Contudo, contrariamente ao que sucedeu no primeiro trimestre deste ano, no segundo trimestre foram travados os gastos em bens duradouros. O arranque do ano tinha sido fortemente marcado por crescimento na compra de bens importantes como veículos, mobiliário ou eletrodomésticos, com um aumento de 8%.

Desta feita, a evolução do consumo reflete sobretudo a compra de bens correntes e serviços, que cresce 0,7%. E, em particular, de bens alimentares, cuja despesa subiu em 1,4%.

Nos impulsos dados pela procura interna, o INE destaca também uma atenuação das quebras no investimento. O recuo foi de 0,5% face ao trimestre inicial de 2023, quando o investimento caía mais, em 5,9%.

A evolução nos gastos das famílias e no investimento permitiu recuperar algum contributo da procura interna para o crescimento da economia, que teria garantido melhorias de 0,4% em cadeia caso as exportações tivessem mantido o comportamento do trimestre anterior.

Contudo, não foi isso que aconteceu, com a quebra das vendas ao exterior acima da redução nas importações, a determinar um contributo negativo da procura externa líquida (-0,4 pontos percentuais) que anulou totalmente os ganhos ligeiros dados pelo mercado doméstico.

Face ao início do ano, as exportações regrediram 2,3%, com a quebra a ser mais pronunciada nos serviços, que no início do ano tinham assegurado o crescimento surpresa de 1,6%. Já na primavera estas vendas onde pesa, sobretudo, o turismo caíram 5,4%, enquanto que as vendas de bens diminuíram em 0,6%.

As importações, por outro lado, regrediram em 1,6%.

Face a um ano antes, e por componentes do PIB, a despesa das famílias seguia no segundo trimestre a subir 1,4%, o consumo público avançava 1,1% e o investimento caía 0,6%. Já do lado da procura externa, as exportações subiam 4,3% e as importações 1,3%.

 

Ver comentários
Saber mais PIB INE economia negócios e finanças economia (geral) macroeconomia conjuntura
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio