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Economia estagnou no segundo trimestre com contributo negativo das exportações
Em termos homólogos, o PIB do segundo trimestre regista uma variação de 2,3%.
Uma evolução mais negativa das exportações de bens e serviços ditou, no segundo trimestre, a estagnação da economia, indica nesta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE), numa primeira estimativa rápida da evolução das contas nacionais nos meses de abril a junho.
Segundo o INE, o PIB nacional registou no segundo trimestre uma variação nula, em termos reais, com a variação homóloga a ficar em 2,3%.
A estagnação face aos resultados da economia no arranque do ano ocorre após um crescimento em cadeia de 1,6% no primeiro trimestre (2,5% em termos homólogos), e fica a dever-se a uma maior penalização nas vendas de bens e serviços ao exterior, pese embora o INE assinalar melhorias na evolução da procura interna.
"O contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB foi negativo, após ter sido positivo no 1º trimestre, em consequência do comportamento das exportações, compensando o aumento do contributo da procura interna que refletiu a aceleração do consumo privado", refere a nota desta segunda-feira.
Face a um ano antes, os 2,3% de crescimento nos resultados dos meses da primavera refletem uma maior desaceleração no volume das exportações do que no das importações, com a procura externa líquida a ter um contributo menos positivo.
Ainda assim, o INE assinala que, nos dados para os quais entram as diferenças nas variações de preço de compras e vendas ao exterior, houve aumento de ganhos nos termos de troca, num factor que também apoia o crescimento.
Já na evolução da procura interna, os dados desta segunda-feira apontam para que no segundo trimestre tenha havido uma redução menos pronunciada do investimento, factor que no primeiro trimestre mais penalizou a economia – então, sobretudo, devido à evolução no sector da construção.
O INE destaca que "o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou, em comparação com o observado no trimestre precedente, verificando-se uma redução menos pronunciada do investimento, tendo o consumo privado registado um ligeiro abrandamento".
Neste mês, e após resultados acima do esperado no arranque do ano à boleia das exportações de serviços, o Governo reforçou as expectativas de crescimento anual, antecipando 2,7% de expansão. A previsão está em linha com a do Banco de Portugal.
Já entre as instituições internacionais, o Fundo Monetário Internacional espera 2,6% de subida do PIB, a OCDE espera 2,5% e a Comissão Europeia 2,4%.