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Evolução do Dow Jones desde Setembro indica vitória de John Kerry

As sondagens persistem em assinalar um empate nas tendências de voto em John Kerry e George W. Bush e os analistas procuram descortinar dados que possam revelar o resultado das eleições. Olhando para as indicações dadas pelos índices bolsistas, a vitória

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A indefinição que rodeia umas eleições é sempre prejudicial para os mercados bolsistas e é algo que está bem marcado na mente dos investidores norte-americanos que hoje vão às urnas para eleger o novo presidente. Em 2000, o empate técnico entre democratas e republicanos (que receberam, cada um, 48% dos votos), resultou numa disputa legal que se arrastou por mais de um mês e gerou elevados níveis de volatilidade nas bolsas. Este ano, mais do que preferir a vitória de republicanos ou democratas, os investidores esperam sobretudo que os resultados sejam apresentados rapidamente.

O Wall Street Journal afirma que tal poderá não acontecer, já que a contagem de votos dos expatriados, de militares e as possíveis contestações legais deverão atrasar o processo em algumas semanas.

E para piorar a situação, as sondagens mostram uma aproximação cada vez maior nas intenções de voto entre George W. Bush e John Kerry. O pesadelo da indefinição vivido pelos mercados em 2000, com o índice S&P500 a cair 5% em pouco mais de um mês, poderá voltar a repetir-se. Os especialistas do BPI consideram que a reedição do ocorrido há quatro anos será o pior cenário possível para os mercados e adiantam mesmo que, desta vez, "os contornos seriam mais graves". Isto porque os candidatos já se precaveram contra esta hipótese, com a contratação de um batalhão de cerca de 9.000 advogados cada, para contestarem o resultado.

"O empate é o cenário que mais temo", adiantou Jorge Ramos, responsável máximo da Luso-Partners, uma das corretoras portuguesas que se dedica à negociação de acções nos Estados Unidos.

Reeleição de Bush é o melhor cenário para os mercados

Os mercados de capitais não gostam de incertezas e, por isso, a reeleição de Bush seria, no curto prazo, bem vinda, uma vez que já é conhecida a sua forma de actuação e as linhas orientadoras das suas políticas. "Significaria a continuidade da política de corte nos impostos (e de um enquadramento fiscal benevolente para o pagamento do dividendo) e de uma regulamentação flexível da actividade económica", refere um estudo do BPI. E adianta "Ter-se-ia o impacto positivo de uma vitória do partido incumbente mais o desaparecimento do prémio de risco".

Já a expectativa da prossecução de uma política orçamental mais disciplinada por parte de Kerry, que pode significar uma inversão no programa de corte de impostos de Bush, pode, por si só, ter um impacto negativos nos mercados financeiros, adianta o BPI.

Indisciplina orçamental de Bush dá força a Kerry

Para Otávio de Barros, economista-chefe do Bradesco, em São Paulo, Brasil: "O mercado pensa que com a vitória de Kerry pode voltar a política fiscal mais agressiva de Clinton. A possível escolha de Robert Rubin para seu secretário do Tesouro, que assumiu esse pelouro entre 1995 e 1999 é um indicador de confiança para os mercados. Faz com que eles não fiquem tão nervosos e comecem a ver com mais simpatia a vitória de Kerry".

E o especialista dá a leitura do mercado em relação aos candidatos: "O mercado vê Bush como populista, gastador, recorrendo muito a subsídios mas também como defensor da redução de impostos".

"O mercado acredita que se ganhar Kerry, o segmento obrigacionista vai ter um impulso e, se ganhar Bush, será o mercado accionista a beneficiar. Isto porque o vice-presidente de Kerry, Jonh Edward, é visto como defensor dos consumidores e não tanto das empresas. Hoje, o crescimento norte-americano baseia-se no aumento do défice fiscal e no sobreendividamento das famílias, ou seja, na era Bush, a macroeconomia é insustentável", remata o especialista.

 

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