Notícia
"Europa não se pode atrasar mais na salvaguarda da competitividade", diz PM
Antes da reunião do Conselho Europeu, o primeiro-ministro português sublinhou que a "Europa perde competitividade no contexto internacional por excesso de regulamentação" devido à complexidade de vários processos.
O primeiro-ministro português está em Bruxelas para uma nova reunião do Conselho Europeu, que se vai concentrar no mais recente investimento em defesa, na guerra da Ucrânia e também na quadro plurianual. Em declarações aos jornalistas portugueses, Luís Montenegro defendeu que a Europa não pode perder mais tempo na promoção da competitividade do bloco.
"A Europa não se pode atrasar mais na salvaguarda de princípios que são fundamentais para ter capacidade de ser competitivo do ponto de vista económico", sendo que um dos exemplos é precisamente o mercado energético comum, que permite ao bloco europeu ter "acesso a energia mais barata e de forma mais autónoma face ao exterior".
Sobre a questão específica do mercado energético, no qual a Península Ibérica tem investido fortemente, especificamente na energia renovável, o primeiro-ministro lembrou que se "passaram 11 anos desde que foram assinados os compromissos de criar capacidade de interligação elétrica". "Achamos que é viável atingir até 2030 a existência de uma capacidade de transição de 15% da nossa capacidade elétrica com a Europa. Hoje estamos entre os 2% e 3%".
"Teremos ainda ocasião de reforçar mecanismos que são inadiáveis de simplificação. A Europa perde competitividade no contexto internacional por excesso de regulamentação por uma complexidade muito grande dos processos de licenciamento, relação entre cidadãos e empresas", vinca Montenegro. Para o primeiro-ministro português, esta visão é consensual e tem de ser debatido nas instâncias europeias.
Primeiro-ministro de Portugal
"Precisamos de tirar complexidade ao regulamento europeu, e depois aplicá-la aos Estados-membros", deixou claro.
Sobre reforço do investimento em defesa, anunciado por Bruxelas ao longo dos últimos dias e também na quarta-feira no Livro Branco, Luís Montenegro evidenciou que este deve ser "encarado como investimento e não como aumento da despesa".
A razão? "Significa ter mais atividade económica, capacidade de inovação e investigação científica, desenvolvimento tecnológico, criação de indústria e de emprego qualificado e ainda mais trocas comerciais. A Europa e os seus Estados-membros devem ter uma maior capacidade produtiva e conseguir comprar uns aos outros, de forma a alcançar mais autonomia e capacidade interna no mercado europeu", justificou Luís Montenegro.