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Eurico Brilhante Dias: "Não vamos restringir ou bloquear investimento" por ser chinês

"Sempre que vamos à China cruzamo-nos com os nossos colegas da União Europeia porque eles também lá andam a captar investimento, até de forma bastante agressiva", afirma o secretário de Estado da Internacionalização em entrevista ao Negócios e Antena1.

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A União Europeia quer criar mecanismos de controlo do investimento chinês em setores tido como estratégicos. Um passo nessa direção foi dado pelo acordo político entre Parlamento Europeu, Conselho Europeu e Comissão Europeia, que aprovou em novembro um mecanismo de cooperação e intercâmbio de informações, com um sistema de alertas, a nível europeu para escrutinar os investimentos diretos de países terceiros no espaço europeu.

Eurico Brilhante Dias, questionado sobre esta iniciativa, afirma que o Governo não tem "nenhum plano para restringir ou bloquear investimento estrangeiro de qualquer origem".

"Essa questão do 'screening' [rastreio] do investimento direto estrangeiro é um assunto muito importante, foi discutido no quadro da União Europeia e os Estados-membros continuam a manter para si essa questão como nacional. Não temos nenhuma intenção de criar restrições ao investimento venha ele de onde vier", afirma o secretário de Estado da Internacionalização. O governante sublinha que Portugal é um "mercado-plataforma por excelência", e que esse "mercado aberto é um ativo".

No caso específico do investimento chinês em Portugal, Eurico Brilhante Dias recorda as condições em que o mesmo foi feito e defende a sua continuação.

"Portugal teve de alienar participações sociais do Estado num momento muito difícil, agudo do ponto de vista financeiro aquando do resgate. As condições de alienação não eram seguramente as melhores, mas a verdade é que quem veio a jogo com as melhores propostas foram investidores chineses. Nós não podemos hoje olhar para essas transações e ter sobre elas um entendimento de que naquele momento foram úteis, e que passados uns anos, em que Portugal está, de facto, melhor, lhe criamos limitações. Não é esse o nosso entendimento."

O governante realça ainda uma realidade diferente da que é a verbalizada em Bruxelas. "Sempre que vamos à China cruzamo-nos com os nossos colegas da União Europeia, porque eles também andam lá a captar investimento, até de forma bastante agressiva e concorrencial. Não nos ponham de lado enquanto continuam a voar de Berlim, Londres e Paris para Pequim como se não houvesse amanhã à procura de investimento direto estrangeiro", afirma.
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