Bancos como o Bank of America, o JPMorgan e o Wells Fargo, que estão entre os maiores fornecedores de crédito à habitação nos Estados Unidos, estariam alegadamente a utilizar “robot-signers” (assinadores-robô, em português) com pouco ou nenhum conhecimento específico sobre hipotecas, para acelerar os processos de execução de hipotecas norte-americanas, assinando-os sem analisar a sua validade, dando imediata procedência aos casos.

Segundo o “The Guardian”, citando por sua vez o “Financial Times”, documentos mostram que Xee Moua, vice-presidente com a documentação dos empréstimos a seu cargo no Wells Fargo, assinara cerca de 500 processos de execução de hipotecas por dia. Num depoimento a um tribunal da Florida, declarou inclusive que nem sequer teria verificado o montante da dívida e de juro que o proprietário alegadamente deveria ao banco, verificando apenas se o nome e o título de propriedade estariam correctos, diz o “Guardian”.

Segundo o periódico, estes colaboradores seriam alegadamente conhecidos na JP Morgan como “miúdos Burger King”, “pessoas que não faziam ideia do que um empréstimo à habitação seria”.

Procuradores dos 50 estados norte-americanos iniciaram, por sua vez, investigações aos bancos dos quais se suspeita este tipo de procedimento irregular. Jamie Dimon, executivo-chefe da JP Morgan, citado pelo “The Guardian”, defende-se: “Não achamos que haja casos em que pessoas tenham sido expulsas da sua casa quando não o deveriam ser”, apesar de prever sanções legais aos bancos que tenham infringido a lei.