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Elétricas com falta de liquidez nos mercados futuros terão auxílio estatal

"Vamos fazer uma reforma profunda e abrangente do mercado da eletricidade, que está prevista para o início do próximo ano", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Face a agosto do ano passado, os preços atingidos esta terça-feira na Alemanha são 500% superiores.
Regis Duvignau/Reuters
14 de Setembro de 2022 às 13:08
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta quarta-feira no seu discurso do Estado da Nação 2022, no Parlamento Europeu, que em outubro a UE vai "alterar o quadro temporário relativo a medidas de auxílio estatal para permitir a concessão de garantias estatais" às empresas de energia. Isto preservando ao mesmo tempo a igualdade de condições de concorrência.

As energéticas, diz a responsável, "estão a enfrentar graves problemas de liquidez nos mercados futuros de eletricidade, arriscando o funcionamento do sistema energético". Para atenuar a situação a curto prazo, a UE promete ainda trabalhar com os reguladores do mercado energético, alterando as regras sobre garantias e limitando a volatilidade intradiária dos preços nos mercados grossistas. 

Tal como estão a funcionar atualmente, nos mercados grossistas europeus é o gás que determina o preço global da eletricidade quando é utilizado, uma vez que todos os produtores recebem o mesmo preço por essa mesma eletricidade quando o gás entra na rede. Trata-se de um mercado marginalista e tem funcionado até agora. 

No entanto, Von der Leyen quer agora "dissociar a influência dominante do gás do preço da eletricidade" e para isso anunciou em alto e bom som, em frente ao Parlamento Europeu: "Vamos fazer uma reforma profunda e abrangente do mercado da eletricidade, que está prevista para o início do próximo ano". 

"A atual conceção do mercado de eletricidade - baseada na ordem do mérito - já não está a fazer justiça aos consumidores, que devem colher os benefícios das energias renováveis de baixo custo e, portanto, temos de dissociar a influência dominante do gás sobre o preço da eletricidade", defendeu Ursula von der Leyen.
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