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Economia alemã deve quebrar 0,4% neste ano

Previsões do instituto Ifo, revistas em baixa, antecipam quebra no consumo privado e uma saída mais lenta da recessão

Hannibal Hanschke / Reuters
21 de Junho de 2023 às 10:15
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As previsões económicas continuam a contrariar as expectativas do Governo alemão e a ficarem mais pessimistas. O Ifo, Instituto Leibniz de Estudos Económicos da Universidade de Munique, agrava nesta quarta-feira o cenário, antecipando uma quebra de 0,4% do PIB em 2023.

 

É revista em baixa a previsão para este ano (0,1% em março), mas também a do próximo, com a projeção deste que é um dos principais institutos de estudos económicos do país a apontar para um crescimento de 1,5% em 2024 (1,7% na previsão anterior).

 

"A economia alemã está apenas muito lentamente a encontrar o caminho de saída da recessão", refere Timo Wollmershäuser, responsável pelas projeções, no comunicado divulgado hoje.

 

Estas previsões contrastam com as últimas projeções do Governo alemão, de abril, que antecipam 0,4% de crescimento.  Já a Comissão Europeia, em maio, avançou uma previsão de 0,2% de crescimento para este ano.

 

No que toca à evolução dos preços, o Ifo prevê demora no processo de desinflação. A inflação - 6,9% em 2022 – deverá apenas recuar para 5,8% neste ano, caindo depois para 2,1% em 2024.

 

A revisão em baixa tem por base a expectativa de uma quebra de 1,7% no consumo privado, que só em 2024 tornará a crescer (2,2%),

 

Segundo os economistas do instituto, o investimento na construção continuará a afundar ao longo deste ano e do próximo, depois de ter caído 1,8% em 2022. A previsão é de uma quebra de 2,2% neste ano e de 3,2% em 2024.


"O aumento dos preços na construção está a ceder apenas lentamente e as taxas de juro de crédito permanecerão elevadas, abafando mais a procura por serviços de construção", refere a nota.

 

Já na indústria, as encomendas em atraso deverão permitir uma expansão moderada, sendo esperado um crescimento maior após terem sido ultrapassados os constrangimentos nas cadeias de comércio.

 

Na frente do mercado de trabalho, o Ifo espera que o emprego continue a aumentar, mas com subidas simultâneas nos números de desemprego.

 

Prevê-se um aumento no número de desempregados em 2023, para 2,55 milhões de indivíduos. O desemprego deverá depois recuar em 2024, para 2,45 milhões, mas ainda a um nível ligeiramente mais elevado que o de 2022 (2,42 milhões de desempregados).

 

A taxa de desemprego esperada para este ano é de 5,3%, sendo a previsão para 2024 de 5,5%.

 

A população empregada subirá para 45,95 milhões neste ano e 46,07 milhões no próximo.

 

As projeções do Ifo apontam entretanto para um significativo aumento do excedente da balança externa alemã, de 145 mil milhões de euros em 2022 para 232 milhões de euros neste ano, evoluindo depois para 269 mil milhões de euros em 2024. Este valor representará 6,3% do PIB, ficando acima do limite máximo recomendado pela União Europeia, nota a publicação do instituto.

 

Nas finanças públicas, o Ifo antecipa uma forte redução na emissão de nova dívida pública, esperando apenas 69 mil milhões de euros em novos títulos de dívida neste ano e 27 mil milhões de euros em 2024.


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