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"É imperdoável ficar calado e fingir que o que se está a passar não existe", diz Passos

O presidente do PSD defendeu ser "imperdoável ficar calado e fingir que o que se está a passar não existe", considerando que "o país está bastante pior, embora as pessoas não estejam ainda bem conscientes disso".

Pedro Passos Coelho: Conseguiu vencer as eleições legislativas, apesar de ter aplicado duras medidas de austeridade. Mas isso não chegou para governar.
26 de Outubro de 2016 às 23:51
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"É imperdoável ficar calado e fingir que o que se está a passar não existe. E o que existe é uma economia mais frágil, o investimento público e privado, as exportações e o consumo privado a cair", disse Pedro Passos Coelho esta quarta-feira, na sua intervenção inicial, realizada à porta fechada, no Conselho Nacional do PSD, citado por fonte oficial social-democrata.

 

Na opinião do ex-primeiro-ministro, "o país está bastante pior, embora as pessoas não estejam ainda bem conscientes disso", reiterando que o partido vai apresentar propostas ao Orçamento do Estado para 2017, com "o objectivo de saber se há ou não vontade do Governo em implementar medidas estruturais que façam crescer o país".

 

Ainda sobre o documento orçamental para o próximo ano, e de acordo com a mesma fonte, Passos Coelho considerou que "os dados ocultados deliberadamente pelo Governo são a prova cabal que as coisas não estão a correr como o Governo esperava", assim como não estão a correr como todos desejariam.

 

O líder social-democrata falou ainda dos "atrevimentos do Governo no OE2017", dando o exemplo das pensões, já que o "Governo acaba com as contribuições das pensões milionárias, mas não dá nenhum aumento extra às pensões mínimas".

 

"A sobretaxa é outro atrevimento e um truque, ao mesmo tempo, para iludir as pessoas", acusou, considerando que há um "aumento generalizado de impostos" e que este orçamento "não traz mais justiça social" e "é mais injusto", porque, "em termos relativos, as pessoas ficam mais pobres",

 

Para Passos, a actualização dos escalões é "um truque", uma vez que como estes vão ser actualizados em 0,8%, com a inflação prevista pelo Governo em 1,5%, "as pessoas vão ter menos poder de compra, nomeadamente os funcionários públicos". "Deveríamos estar a aproveitar a conjuntura externa favorável para crescer, porque, ao contrário do que o Governo diz, a conjuntura não é desfavorável", defendeu.

 

Segundo o antigo primeiro-ministro, "falta estratégia económica" e o país está "a andar para trás". "Mas à luz das escolhas do Governo, faz sentido assistir ao que estamos a assistir. Se o caminho tivesse sido outro, estávamos com o défice abaixo de 3%, estávamos a beneficiar verdadeiramente do apoio do BCE", disse ainda, de acordo com a mesma fonte oficial.

 

Passos Coelho fez ainda um agradecimento a Jorge Moreira da Silva, que a 1 de Novembro assume o cargo de director da Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE e abandona o cargo de vice-presidente do PSD, mas no discurso não fez qualquer referência à sua substituição, tendo o tema das autárquicas ficado também de fora.

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