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Durão Barroso enfrenta rejeição da sua equipa de comissários
O presidente eleito da Comissão Europeia, Durão Barroso, enfrenta hoje a possível rejeição da sua equipa comunitária por parte do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, o que seria inédito na história da União Europeia.
O presidente eleito da Comissão Europeia, Durão Barroso, enfrenta hoje a possível rejeição da sua equipa comunitária por parte do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, o que seria inédito na história da União Europeia.
Segundo a agência Lusa, a rejeição é um cenário que se tornou possível depois do antigo primeiro-ministro português se ter recusado afastar o italiano Rocco Buttiglione, indicado como sucessor de António Vitorino na pasta da Justiça e Assuntos Internos.
Após a decisão da maioria dos 88 eurodeputados democratas e liberais de votar contra o elenco de 24 comissários do ex-primeiro- ministro português, tornou-se muito difícil a aprovação do novo executivo, defendido até ao fim por Barroso.
Em causa está a recusa do presidente eleito em retirar a pasta da Justiça e Assuntos Internos das mãos do italiano Rocco Buttiglione, depois das declarações deste sobre o "pecado" da homossexualidade e o papel da mulher na sociedade.
Além dos 50 liberais que deverão votar contra, Barroso conta com a oposição da maioria (195 dos 200) dos socialistas, dos 42 eurodeputados dos Verdes, dos 41 do grupo da Esquerda Unitária, dos 37 euro-cépticos e de 10 dos chamados não inscritos, o que perfaz 375 votos contra.
Os favoráveis ao novo executivo comunitário poderão chegar aos 330, se forem contados os 268 populares a favor, 27 do grupo da União para a Europa das Nações, 23 liberais e 12 dos não-inscritos.
Este cenário coloca-se se os deputados votarem de acordo com o anunciado terça-feira, num escrutínio que requer maioria simples, ou seja, metade dos votos expressos mais um.
Caso seja rejeitada a nova Comissão Europeia - situação inédita na história da União -, Durão Barroso tem o lugar garantido como presidente do executivo, uma vez que o seu nome foi aprovado em Julho pelo PE.
Nesta eventualidade, o executivo de Romano Prodi teria que prolongar o mandato para além de 01 de Novembro até haver uma nova equipa comunitária.
Romano Prodi já manifestou disponibilidade para manter a sua equipa de comissários em funcionamento, caso se torne necessário.