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Draghi “ilibado” pelo Provedor europeu
A pertença de Mário Draghi ao Grupo dos Trinta, que desde finais dos anos 70 reúne economistas e banqueiros de todo o mundo, não fere a sua independência nem constitui foco de conflito de interesses, concluiu o Provedor europeu.
O Provedor de Justiça da União Europeia considerou hoje improcedente a queixa apresentada contra Mário Draghi pelos activistas do “Corporate Europe Observatory”,um grupo que tem como objectivo vigiar a influência de interesses privados na definição de políticas públicas.
Em causa está a pertença de Draghi, actual presidente do Banco Central Europeu, ao Grupo dos Trinta, que reúne desde finais dos anos 70 economistas e banqueiros de todo o mundo e do qual fazem actualmente parte nomes como os de Kenneth Rogoff, Paul Krugman e Martin Feldstein, mas também Jacob Frenkel (JPMorgan), Axel Weber (ex-Bundesbank), e Jean-Claude Trichet, que actualmente preside ao grupo e que era seu membro também à época em que dirigia o BCE.
Na opinião do Provedor europeu de Justiça, tal não afecta a "independência, reputação e integridade" do presidente do BCE, na medida em que as "agendas e diversidade dos integrantes" fazem com que este grupo deva ser caracterizado “como um fórum de discussão, e não como um grupo de interesse ou um lobby que procura promover interesses particulares", sustenta o Provedor de Justiça, o grego Nikiforos Diamandouros. Em nome da transparência, Draghi deve juntar essa referência ao seu currículo, recomenda.
A decisão não agradou à Corporate Europe Observatory. "É profundamente perturbador que, numa altura em que o BCE está a assumir um papel cada vez mais importante na regulação dos mercados financeiros, o seu Presidente se associe com os lobistas de grandes bancos e instituições financeiras que ele deve ser regular", prostestou Kenneth Haar, que dirige a organização sedeada em Bruxelas.