Notícia
Altice e Vodafone têm equipas a acompanhar a situação
Os fogos no norte e centro do país começam a dar tréguas, mas mais de 2.000 operacionais mantêm-se no terreno a combater dezenas de incêndios.
Altice e Vodafone têm equipas a acompanhar a situação
A Altice Portugal e a Vodafone registaram perturbações pontuais na sua rede em áreas alvo dos incêndios e têm as suas equipas técnicas a acompanhar a situação, disseram hoje à Lusa fontes oficiais das empresas.
"A Altice Portugal está ativamente a colaborar, monitorizar e a acompanhar de perto a situação dos incêndios que lavram nas regiões norte e centro do país", afirmou fonte oficial da dona da Meo.
Neste momento, "o impacto nas nossas infraestruturas não é significativo, verificando-se uma afetação parcial de comunicações nas zonas de Porto, Cinfães, Viseu, Albergaria-a-Velha, Castro Daire", adiantou, referindo que "foram mobilizados mais de 300 colaboradores, técnicos e operacionais, que estão, em total coordenação com a ANEPC, as forças de segurança e as autoridades locais, a implementar as manobras de reposição dos serviços afetados".
Por sua vez, fonte oficial da Vodafone Portugal adiantou que a operadora registou "perturbações pontuais" na sua rede em algumas das localidades mais afetadas pelos incêndios. "São ocorrências inevitáveis, dado que algumas infraestruturas são afetadas por via da perda de energia/de ligações ou de destruição de equipamentos de rádio", disse.
Contudo, "as equipas técnicas da Vodafone continuam a acompanhar permanentemente a situação, monitorizando a rede e agindo com a máxima rapidez possível, nomeadamente disponibilizando soluções de cobertura temporária - um trabalho que está em curso", acrescentou.
Por razões de segurança, "em alguns casos a resolução de falhas depende de autorização de acesso aos locais afetados, não sendo por isso possível estimar um prazo para a reposição total dos serviços impactados", rematou a mesma fonte.
Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e hoje dia de luto nacional.
Lusa
"Foi um milagre não ter morrido ninguém", diz autarca de Sever do Vouga
O presidente da Câmara de Sever do Vouga, Pedro Lobo, disse hoje que "foi um milagre não ter morrido ninguém", nos incêndios que lavraram neste concelho do distrito de Aveiro entre domingo e quinta-feira.
"Isto é o maior fogo de sempre. Foi um atentado terrorista que fizeram ao nosso concelho. As pessoas não têm noção do que foi aquilo. Foi por milagre que não morreu ninguém", disse à Lusa o autarca, que nas primeiras horas chegou a andar juntamente com o comandante dos bombeiros a apagar as chamas, com mangueiras e baldes.
O autarca destaca ainda o "trabalho fantástico" de centenas de severenses com carrinhas equipadas com reservatórios de água e motobombas, que andaram por todo o lado a combater o incêndio, adiantando que se não fosse isso seria a "desgraça total".
Apesar de a situação ter acalmado, o presidente da câmara diz que depois de o incêndio ter entrado na fase de resolução, na madrugada de quinta-feira, ainda se registaram reacendimentos e novas ignições, até à altura em que começou a chover.
"Ainda ontem [quinta-feira], à uma da manhã, estava no Folharido e o local onde havia fogo era muito estranho. Aquilo não nos parecia possível um reacendimento", disse o autarca, assinalando que ali à beira tinha sido encontrado um vasilhame com gasolina.
O autarca lembra ainda que no sábado à noite também foram encontrados, em Talhadas, seis reservatórios com gasolina cobertos pela vegetação, o que adensa ainda mais as suas "fortes suspeitas" sobre fogo posto.
Relativamente aos prejuízos, o autarca diz não ter conhecimento de nenhuma casa de primeira habitação que tenha sido destruída, não havendo por isso desalojados. "Tenho conhecimento de estaleiros ardidos, aviários e empresas completamente ardidas", referiu, afirmando que, pela primeira vez, foi decretado o estado de calamidade pública em Sever do Vouga.
Pedro Lobo referiu ainda que o município já começou a proceder à contabilização dos danos e perdas resultantes dos incêndios, mas os resultados só deverão ser conhecidos nas próximas semanas.
"Na próxima semana, os técnicos do município irão dedicar um dia a cada uma das juntas de freguesia para juntamente com os presidentes de junta verificarem os prejuízos em cada freguesia. Vamos tentar fazer isto o mais rápido possível", disse o autarca, que espera que o Governo cumpra a promessa de distribuir os apoios rapidamente.
Fogo em Castro Daire foi dominado
O incêndio em Castro Daire foi dominado ao início da manhã de hoje e vai ser monitorizado através de uma câmara térmica para detetar zonas de maior risco de reacendimento para evitar novos focos, disse o presidente do Município.
Às 10:00, Paulo Almeida afirmou aos jornalistas que "o incêndio foi dado como dominado", mas que isso não significa que o concelho está livre de perigo.
"É verdade que durante a noite as condições meteorológicas e a chuva nos vieram ajudar (...), mas continua a haver perigo de reacendimentos", afirmou.
Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingiram desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e determinou luto nacional hoje.
Fogos em Aveiro "completamente dominados"
Os incêndios que lavram em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Águeda e Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, estão "completamente dominados", disse hoje o Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes.
"O complexo de incêndios entre a Área Metropolitana do Porto e Aveiro -- Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Águeda, Albergaria - está completamente dominado", afirmou André Fernandes, numa conferência de imprensa, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, no concelho de Oeiras (Lisboa).
De acordo com o comandante, "houve várias reativações" destes fogos, "mas foram sendo dominadas ao longo do dia".
"O complexo de incêndios está dominado e estabilizado", reforçou.
O incêndio em Oliveira de Azeméis deflagrou pelas 15:00 de domingo. No mesmo dia, tiveram início também os dois fogos de Sever do Vouga, um às 02:17 e outro pelas 15:00.
Em Albergaria-a-Velha o incêndio deflagrou às 07:20 de segunda-feira.
Também na segunda-feira, o incêndio vindo de Sever do Vouga atingiu o concelho de Águeda, explicou na altura o presidente da Câmara, Jorge Almeida.
A ANEPC registou hoje, até às 19:00, 111 incêndios, dos quais 83 diurnos e 28 noturnos, referiu André Fernandes.
Pelas 19:00 estavam em curso 21 fogos, que eram combatidos a essa hora por 2.158 operacionais, apoiados por 630 meios terrestres e 25 meios aéreos.
"Mantemos ainda a monitorização de 13 ocorrências significativas. Aqui estão envolvidos 1.999 operacionais e 595 meios terrestres, apoiados por 19 meios aéreos", disse ainda.
De acordo com o comandante, na sexta-feira, "os meios aéreos que foram solicitados ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil, e através do acordo bilateral do Reino de Espanha, vão ser desmobilizados".
Distritos de Viseu e Vila Real restam como maiores focos de preocupação
Os incêndios nos distritos de Viseu e Vila Real, respetivamente em Castro Daire e Peso da Régua, eram os maiores focos de preocupação pela 00:00 de hoje, já que os fogos de Arouca (Aveiro) e Vila Pouca de Aguiar já foram dados como controlados.
No distrito de Viseu, os incêndios de Castro Daire (dois) e o de Penalva do Castelo mobilizavam, em conjunto, cerca da meia-noite, 1.158 operacionais, numa altura em que já choveu na região durante alguns minutos.
Já no distrito de Vila Real, se por um lado os incêndios de Vila Pouca de Aguiar entraram em fase de resolução, por outro registou-se o avançar de um incêndio em Sedielos, Peso da Régua, que chegou aos 150 operacionais e 48 meios terrestres.
Também outro dos incêndios que gerava maiores preocupações, em Arouca (distrito de Aveiro), já está em fase de resolução e cercada pelos bombeiros.
No distrito de Viseu, pelas 21:30, permaneciam seis frentes ativas que continuavam continuam a preocupar a proteção civil no concelho de Castro Daire, sendo a que está na freguesia de Moledo a "mais preocupante", segundo o presidente do município.
Paulo Almeida afirmava que afirmou que a situação estava "mais favorável" no concelho, apesar de admitir que tal não significava que a situação não era "muito preocupante".
Ao longo do dia as frentes variaram entre 12 e 10, o que tornava a atual situação "ligeiramente melhor", no entender do autarca que tem como preocupação também "os reacendimentos que têm acontecido".
Para o autarca, as frentes mais preocupantes estavam "na zona de Aguadalte, Casais do Monte e Covelo de Paiva [na freguesia de Moledo]", bem como "na freguesia de Cabril e na serra do Montemuro".
Em São Pedro do Sul, ao fim do dia persistiam três frentes ativas, uma "mais preocupante", perto de Sobral, além de outra, vinda de Arouca, disse o presidente da Câmara Vítor Figueiredo acreditando, contudo, que o fogo seja controlado pela manhã.
Persistia também o incêndio iniciado em Penalva do Castelo, com 191 operacionais e 47 meios terrestres, pelas 00:10.
Os fogos de Nelas e Mangualde foram dados como controlados na manhã de quinta-feira.
Já no distrito de Vila Real, os incêndios de Vila Pouca de Aguiar foram dados como controlados durante a noite de quinta-feira, depois de reativações, mantendo-se as preocupações em Alijó e uma nova no Peso da Régua, na sub-região do Douro.
"Neste momento estão todos dominados. Está tudo já a ficar resolvido. Temos algum pessoal a vigiar o rescaldo nalguns pontos quentes, mas se calhar durante a noite fica tudo mais descansado", disse à Lusa Artur Mota, comandante sub-regional da Proteção Civil do Alto Tâmega e Barroso, sobre os incêndios de Vila Pouca de Aguiar, cerca das 23:30.
Porém, se na zona norte do distrito de Vila Real a situação melhorou, no sul, na sub-região do Douro, mantém-se a preocupação com uma reativação durante a tarde no Alto de Fiães, que pelas 00:15 mobilizava 87 operacionais e 24 meios terrestres.
Maior preocupação gera o incêndio em Sedielos, Peso da Régua, também no Douro, que já ameaçou casas e terá evoluído desfavoravelmente "pelas condições do próprio terreno e dos combustíveis", segundo o segundo comandante sub-regional da Proteção Civil do Douro, José Requeijo.
Apesar do aumento do número de efetivo e meios, o combate estava "a decorrer favoravelmente" pelas 22:45, estando a ser reorganizadas as forças no terreno, aguardando-se também pela chuva ou, pelo menos, pela maior humidade ou baixa de temperatura.
Já no distrito de Aveiro, durante a tarde de quinta-feira, foi dado como dominado o complexo de incêndios de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda, seguindo-se Arouca já perto da meia-noite de quinta-feira.
Pelas 23:20, o comandante dos bombeiros locais, José Gonçalves, disse à Lusa que o incêndio de Arouca já estava em resolução graças ao combate ao fogo e ao fecho do seu perímetro, já que ainda não chovia.
Pelas 20:00, fonte oficial da câmara municipal já tinha indicado que o número de frentes ativas tinha diminuído de três para duas.
Também no distrito do Porto foram dados como controlados os incêndios de Santo Tirso e de Paredes.
O incêndio em Monte Córdova, resultado de um dos reacendimentos hoje verificados em Santo Tirso, foi dado como dominado pelas 17:30, e o fogo hoje extinto em Paredes, na zona de Sobreira, deixou uma área ardida de 1.300 hectares.
Penalva do Castelo em resolução, Castro Daire com "muito trabalho pela frente"
O incêndio em Penalva do Castelo, distrito de Viseu, entrou esta madrugada em fase de resolução, mas em Castro Daire há "muito trabalho pela frente", apesar de alguma chuva, disse a Proteção Civil.
O comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Viseu Dão Lafões, Miguel Ângelo David, vincou que "há muito trabalho pela frente" no incêndio de Castro Daire e que "não é por caírem umas pinguinhas que poderemos considerar as coisas resolvidas".
"Não choveu em todo o lado. [...] Caíram umas pingas nalguns sítios, nalguns sítios também tenho reporte que choveu muito, mas as equipas continuam a fazer os trabalhos", disse Miguel Ângelo David à agência Lusa pelas 00:50.
O comandante revelou que o incêndio que lavra desde segunda-feira em Penalva do Castelo, e que mobilizava, pela 01:15, 191 operacionais e 47 meios terrestres, estava em fase de resolução.
Sobre Castro Daire, Miguel Ângelo David disse que houve "um reforço de dispositivo", e que as equipas continuam "a operar com maquinaria, com os grupos de combate e com linhas de progressão no terreno, que é muito escarpado".
"Mas estamos a ter uma boa evolução. A temperatura baixou significativamente, estas pinguinhas também são alguma humidade, vamos ver, mas ainda há muito trabalho pela frente. Vamos ter muito trabalho nos próximos dias", vincou o comandante.
Questionado sobre se da parte da manhã, face à evolução meteorológica, se prevê uma cenário mais favorável, Miguel Ângelo David referiu que poderá ser feita "uma avaliação".
"As pessoas estão a fazer descidas de zonas muito escarpadas, que são trabalhos muito minuciosos, com progressão lenta", explicou o comandante.
Fogos em Castro Daire são os que mais meios mobilizam
Os incêndios em Castro Daire, no distrito de Viseu, eram às 07:00 os fogos que mais meios mobilizavam, com mais de 800 operacionais no terreno, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Às 07:00, cerca de 2.700 operacionais, apoiados por 838 meios terrestres, combatiam 44 incêndios (em curso, em conclusão e resolução) em todo o território de Portugal continental,
De acordo com informação disponível no site oficial da ANEPC na Internet, os dois fogos em Castro Daire, no distrito de Viseu, eram os que me preocupavam e meios mobilizavam, apesar da mudança no estado do tempo, com alguns aguaceiros registados na região.
O fogo que deflagrou às 21:23 de quinta-feira em Mões/Soutelo, no concelho de Castro Daire, mobilizava 726 operacionais, com o apoio de 231 meios terrestres.
Já o incêndio que deflagrou às 12:46 de terça-feira em Pinheiro, Moção, em Castro Daire, estava a ser combatido por 86 operacionais, com o apoio de 30 veículos.
Num ponto de situação, cerca das 00:50, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Viseu Dão Lafões, Miguel Ângelo David, disse que "há muito trabalho pela frente" no incêndio de Castro Daire e que "não é por caírem umas pinguinhas que poderemos considerar as coisas resolvidas".
"Não choveu em todo o lado. [...] Caíram umas pingas nalguns sítios, em alguns sítios também tenho reporte que choveu muito, mas as equipas continuam a fazer os trabalhos", disse Miguel Ângelo David à agência Lusa.
O comandante disse que houve "um reforço de dispositivo", e que as equipas continuam "a operar com maquinaria, com os grupos de combate e com linhas de progressão no terreno, que é muito escarpado".
De acordo com a proteção civil, o incêndio em Penalva do Castelo, distrito de Viseu, entrou esta madrugada em fase de resolução.
Também o incêndio que deflagrou na freguesia de Alvarenga na quarta-feira à tarde em Arouca, concelho do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto (AMP), entrou hoje em fase de resolução.
Em fase de resolução estavam também os dois fogos que deflagraram em Sabroso de Aguiar e em Veria de Jales e Quintã e que sofreram reativações na quinta-feira à tarde em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.