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Défice orçamental agrava-se em 43,1% de Janeiro a Agosto (act2)
O défice orçamental, incluindo o efeito de despesas assumidas em anos anteriores, agravou-se em 43,1% nos primeiros oito meses do ano para os 5,12 mil milhões de euros, divulgou hoje a Direcção Geral do Orçamento.
O défice orçamental, incluindo o efeito de despesas assumidas em anos anteriores, agravou-se em 43,1% nos primeiros oito meses do ano para os 5,12 mil milhões de euros, divulgou hoje a Direcção Geral do Orçamento.
Excluídos os efeitos de despesas de anos anteriores, o défice global do sub-sector Estado cresceu 4,9% para os 3,75 mil milhões de euros.
«Com efeito, entre Janeiro e Agosto do ano corrente, ocorreram pagamentos por conta de compromissos assumidos em anos anteriores no valor de 1,37 mil milhões de euros, para os quais foi atribuída a adequada cobertura orçamental, por via da alteração à lei do Orçamento do Estado para 2002», afirma em comunicado a Direcção Geral do Orçamento. Deste valor, o Serviço Nacional de Saúde absorveu 505,1 milhões de euros para pagamentos de despesas de anos anteriores.
As receitas gerais totais aumentaram 5% para os 19,21 mil milhões de euros, excluindo activos e passivos financeiros e contas de ordem, enquanto as despesas gerais totais alcançaram os 22,97 mil milhões de euros, ou mais 5%.
Receitas de IVA em Agosto em linha com as previsõesAs receitas de IVA, que reflectiram ainda que não na totalidade o aumento do imposto dos 17% para os 19%, cresceram 6,1% para os 6,46 mil milhões de euros.
«Em relação à receita líquida de IVA salienta-se o facto de, no mês de Agosto, a receita do IVA interno registar um crescimento, relativamente ao mês homólogo de 2001, de cerca de 11%, valor em linha com as previsões efectuadas este mês. Por outro lado, apesar de as importações extracomunitárias registarem, em termos homólogos acumulados até Julho, um decréscimo de cerca de 16%, as receitas do IVA alfandegário, para o período de Janeiro a Agosto de 2002, registaram uma quebra de cerca de 10% face a igual período do ano anterior», esclarece a mesma fonte.
A colecta de IRS progrediu 3,3% para os 4,33 mil milhões de euros. As receitas de IRC ascenderam aos 2,65 mil milhões de euros, o que traduz uma quebra de 2,3% nos primeiros oito meses do ano.
A receita de IRC «apresentaria um crescimento de cerca de 1,8%, caso o valor pago de reembolsos até Agosto não estivesse acima do valor pago em 2001, não obstante a estimativa dos reembolsos totais a pagar este ano esteja muito próxima da de 2001», justifica a DGO.
As entradas relativas ao ISP evoluíram 26% para os 1,76 mil milhões de euros, enquanto as receitas de Imposto Automóvel cederam 0,4% para os 849,9 milhões de euros. O Imposto sobre o Tabaco cresceu 4,2% para os 724,9 milhões de euros.
As receitas fiscais aumentaram 7,3% para os 17,86 mil milhões de euros, enquanto as outras receitas, que excluem activos financeiros, caíram 2,7% para os 1,36 mil milhões de euros.
Despesa corrente cresce 5,2%A despesa corrente, incluindo compromissos de anos anteriores, cresceu 5,2% para os 22,21 mil milhões de euros, enquanto as despesas com o pessoal subiram 5% para os 7,81 mil milhões de euros.
A atribuição de subsídios registou uma queda 4,7% para os 345 milhões de euros, enquanto a despesa de capital verificou um aumento de 2,3% para os 10,34 mil milhões de euros.
Segundo a mesma fonte, o aumento da despesa total deve-se principalmente às subidas das despesas correntes, onde se verifica «um crescimento de 5,2% quando são expurgadas as despesas de anos anteriores».
Receitas | Estimativa de Janeiro a Agosto de 2002 | Variação Percentual 2001/2002 |
Impostos Directos | 7.062,9 | 1,1 |
IRS | 4.335,4 | 3,3 |
IRC | 2.647,1 | -2,3 |
Impostos Indirectos | 10.795,3 | 7,8 |
IVA | 6.461,2 | 6,1 |
Imposto de Selo | 792,8 | 4,7 |
ISP | 1.759,9 | 26 |
Imposto Automóvel | 849,9 | -0,4 |
Imposto Tabaco | 734,9 | 4,2 |
Receita Fiscal | 17.858,2 | 5,0 |
Outras receitas (excluindo activos financeiros) | 1.355,9 | 4,3 |
Total Geral | 19.214,1 | 5,0 |
Despesa Corrente | 20.968,1 | 5,2 |
Despesa com Pessoal | 7.427,5 | 5,0 |
Subsídios | 282,2 | -4,7 |
Encargos correntes da dívida | 3.031,8 | -1,3 |
Transferências correntes | 9.525,0 | 9,3 |
Despesas de capital | 1.999,6 | 2,3 |
Despesas Primárias | 19.936,0 | 6,0 |
Total de despesas | 22.967,0 | 5,0 |
Valores em milhões de euros
Nota: Não inclui activos e passivos financeiros nem contas de ordem
Por Ricardo Domingos