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Costa vai retirar responsabilidades políticas sobre incêndios "se for caso disso"

No dia em que foi divulgado o relatório feito pela Comissão Independente sobre a tragédia de Pedrógão Grande, o primeiro-ministro garante que serão assacadas responsabilidades políticas "se for caso disso".

Pedro Catarino/Correio da Manhã
12 de Outubro de 2017 às 16:38
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O Governo precisa de tempo para ler e reflectir sobre as conclusões e recomendações que constam do relatório feito pela Comissão Independente sobre a tragédia de Pedrógão Grande, mas já vai admitindo que as sugestões feitas pelos peritos deverão ser integradas na reforma florestal promovida pelo Executivo e que poderão ser retiradas consequências políticas "se for caso disso". 

Ladeado da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, o primeiro-ministro deu esta quinta-feira, 12 de Outubro, uma curta conferência de imprensa para se pronunciar sobre o relatório hoje entregue na Assembleia da República pelos peritos nomeados para analisarem as causas dos incêndios de Pedrógão. 

António Costa começou por explicar aos jornalistas presentes que o relatório pericial servirá de "guia para a reforma que é necessário fazer na floresta" para depois adiantar que o "conjunto de recomendações sobre o que deve ser feito" será utilizado para "completar a reforma da floresta e a reforma do sistema de prevenção e combate dos incêndios florestais".

 

Recorde-se que boa parte da reforma florestal, que o ministro Capoulas disse ser a mais ambiciosa desde o reinado de D.Dinis, foi já aprovada pelo Governo e também em sede parlamentar.

 

Já questionado sobre se as conclusões presentes no relatório divulgado esta manhã resultarão no assacar de responsabilidades políticas, Costa afiançou que sim mas apenas "se for caso disso, claro". "As responsabilidades são aquelas que resultam do relatório e assumi-las-emos integralmente", disse.

 

O líder socialista referiu ainda que o Conselho de Ministros extraordinário já agendado para o próximo dia 21 deste mês servirá, em exclusivo, "para apreciar este relatório", pelo que António Costa rejeita antecipar comentários ou conclusões antes de ser feita uma "reflexão serena sobre as recomendações apresentadas". Só depois serão retiradas as "ilações em termos de responsabilidade", avisou.

 

Costa disse também esperar que o relatório realizado por uma Comissão designada pela Assembleia da República possa servir de "base de consenso político e social alargado" por forma a que sejam adoptadas "as medidas necessárias para evitar a repetição de tragédias como as que aconteceram este ano".

 

O governante revelou ainda que na quarta-feira irá reunir-se com as famílias das vítimas do incidente de Junho último: "Eu próprio quero ouvir o que as famílias das vítimas têm a dizer sobre esta matéria".

 

No relatório hoje conhecido (conta mais cerca de 270 páginas), os peritos sustentam que a acção da Protecção Civil esteve longe de ter sido a melhor e garantem que com outra actuação teriam sido evitadas tantas mortes (morreram pelo menos 64 pessoas).


Além das críticas feita à linha de comando da protecção civil, no relatório surgem também críticas à actuação dos bombeiros. Entre as recomendações feitas destaca-se a proposta de reforma da estrutura empresarial do SIRESP bem como a criação de uma agência para a gestão dos fogos


(Notícia actualizada às 17:00)

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