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Costa reconhece que gostaria de "ter andado mais depressa" na Habitação e Saúde

Num balanço aos oito anos em que liderou o Governo, António Costa reconheceu que houve medidas por implementar e outras que não produziram o feito esperado na Habitação e Saúde. "Seguramente, ao novo Governo vão faltarão problemas por resolver", disse, ironizando que "o posto de trabalho não será extinto".

Lusa
27 de Março de 2024 às 13:06
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O primeiro-ministro cessante, António Costa, reconheceu esta quarta-feira que houve matérias em que gostaria de ter "andado mais depressa" e em que nem todas as medidas tomadas funcionaram como esperado. As áreas da Habitação e Saúde são as que deixam os maiores "amargos de boca" a António Costa.

"Haverá certamente muitas críticas que a oposição tem a fazer à ação governativa. Se houve matérias em que gostaríamos de ter andado mais depressa, sim", referiu em conferência de imprensa de balanço dos últimos oito anos de governação socialista. "Além disso, houve medidas que tomámos e não funcionaram", admitiu.

Começando pela Habitação, António Costa referiu que foi criado o fundo nacional de reabilitação e edificação urbana, que "não teve os resultados" que o Governo desejava que tivesse. "Ninguém antecipou subida de preços tivesse a dimensão que teve na Habitação e essa é uma área [em que gostaria de ter feito mais], admitiu.

"Depois, naturalmente, há outras áreas onde habitualmente há muitas críticas, mas é onde não se percebe que essas críticas devem ser enquadradas", disse, dando o caso da Saúde.

No que toca aos médicos de famílias, António Costa defendeu que é importante perceber "a dimensão que resulta de haver menos médicos e do que resulta de haver mais população residente". "Se formos ver, o número de inscritos no SNS temos hoje muito mais população residente. Desde 2018 que o saldo migratório é positivo, ou seja, há menos gente a ir viver para fora e mais gente a virem vier para Portugal e mais utentes no SNS", argumentou. 

Sobre as listas de espera, salientou que é preciso ver "qual é o termo normal e adequado" e diz que foi, por isso, que foi feita uma reforma nos cuidados de saúde primários, com a generalização das unidades USF Modelo B, que fez com que "o número de utentes por médico de família tenha aumentado". "Só por esse facto, há muitos portugueses que não tinham médico de família e vão passar a ter", explicou.

"Tudo isto aconteceu em menos de dois anos de existência do Governo. Não estou a desculpabilizar. É como é. Quando se olha objetivamente para os resultados na Saúde, hoje temos mais 3,2 milhões de consultas do que tínhamos em dezembro de 2015", afirmou, dizendo que "os números são muito claros" e há agora "quase um terço de consultas a mais do em 2015" e "mais 1,2 milhões de cirurgias".

Ainda assim, reconhece que "nem todos os problemas do SNS estão resolvidos" e diz que reformas como a criação da direção executiva, a dedicação plena e as unidades USF Modelo B "vão contribuir para resolver esses problemas", dando como exemplo a redução das horas extraordinárias com a dedicação plena.

"Seguramente, ao novo Governo vão faltarão problemas por resolver, nem medidas para os resolver. Há uma coisa que cada Governo que chega tem assegurado: o seu posto de trabalho não será extinto por desnecessidade, porque há sempre problemas que o Governo que sai deixa para o novo Governo resolver", ironizou.
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