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Como funciona o processo de selecção do director-geral do FMI?
Quem tem o poder de nomear e escolher o director-geral de uma das maiores organizações internacionais do mundo? O período de nomeações para o sucessor de Lagarde começa esta quinta-feira. O processo de selecção deverá estar concluído a 3 de Março.
Christine Lagarde termina o seu mandato como directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) no próximo dia 5 de Julho. Até essa data, a organização de 188 países terá de encontrar um sucessor para a antiga ministra das Finanças de França ou, eventualmente, reconduzir Lagarde para mais um mandato como líder do fundo. Mas quem é que tem o poder de decidir? Como é que funciona o processo de selecção?
O conselho executivo do FMI, composto por 24 membros, é o responsável pela selecção do director-geral e, até recentemente, o único organismo que podia fazer nomeações para o cargo.
Contudo, o processo de selecção foi alterado em 2011. Nesse ano, os directores executivos aprovaram um procedimento que permitiu que a selecção fosse mais aberta, transparente, e baseada no mérito. Como tal, passou a ser possível aos membros do Conselho dos Governadores apresentarem também as suas nomeações. O mesmo acontecerá no processo de escolha deste ano – tanto os directores executivos como os governadores podem fazer as suas nomeações.
Findo o período de nomeações – que, no processo de selecção deste ano, será a 10 de Fevereiro – o conselho executivo é informado acerca dos nomes que confirmaram o seu desejo de se tornarem candidatos. Dessa lista, o conselho escolhe três nomeados, tendo em conta o seu perfil, e não preferências geográficas.
De seguida, o conselho executivo reúne-se com os três candidatos na sede do FMI, em Washington, antes de debater as forças e competências dos "eleitos" e tomar uma decisão.
Embora o conselho possa seleccionar um director-geral por maioria dos votos expressos, o objectivo é que a escolha seja feita por consenso, tal como tem acontecido nos últimos processos de selecção.
O período de nomeações começa esta quinta-feira, 21 de Janeiro, e termina a 10 de Fevereiro. O processo de selecção deverá estar concluído a 3 de Março.
Christine Lagarde já garantiu o apoio de França, Alemanha e Reino Unido para um segundo mandato como líder do FMI.
O ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, confessou-se "encantado" em nomear a antiga governante francesa, uma pessoa que descreveu, num "post" do Twitter, como "uma líder excepcional com visão e perspicácia". Já o ministro alemão das Finanças referiu, num comunicado, que Lagarde foi "uma gestora de crises prudente e bem-sucedida em momentos difíceis". França também já assegurou o seu apoio.